Notícia - EUA: Sindicato conquista votação de lei pró-trabalhador

Por Mark Gruenberg

Um pedido referente ao Protect America’s Workforce Act (Lei de Proteção da Força de Trabalho Americana) alcançou 218 assinaturas na segunda-feira, obrigando a Câmara dos Representantes a votar, dentro de sete dias legislativos, a restauração dos direitos sindicais para trabalhadores federais.

O projeto bipartidário, apresentado pelos deputados Jared Golden (D–Maine) e Brian Fitzpatrick (R–Pensilvânia), reverte a ordem executiva do presidente Donald Trump que retirou os direitos sindicais de 1,5 milhão de trabalhadores federais. Nos meses seguintes, o governo Trump ampliou o ataque, retirando ainda mais direitos de negociação coletiva e cancelando unilateralmente contratos sindicais de mais de 400 mil trabalhadores federais.

Em comunicado, a AFL-CIO declarou que “esses ataques da administração Trump/DOGE/Project 2025 contra trabalhadores federais já tiveram efeitos em cascata sobre serviços essenciais dos quais os norte-americanos dependem, desde aumento no tempo de espera e falta de pessoal em hospitais do Departamento de Assuntos de Veteranos até ameaças à segurança alimentar e à resposta a desastres.”

Depois de receber as assinaturas dos deputados Mike Lawler e Nick LaLota, ambos de Nova York, na segunda-feira, o Protect America’s Workforce Act agora tem votação garantida no plenário da Câmara. Se aprovado, o projeto será a primeira legislação a derrubar diretamente uma ordem executiva da administração Trump nesta legislatura.

“O movimento trabalhista reagiu contra o maior ato de repressão sindical da história dos Estados Unidos fazendo aquilo que sabemos fazer melhor: organizar. Trabalhadores e trabalhadoras construíram uma coalizão bipartidária para restaurar os direitos sindicais aos servidores federais diante de ataques sem precedentes às nossas liberdades. Saudamos cada democrata e republicano que assinou o pedido de descarga para levar o Protect America’s Workforce Act à votação, mas a luta ainda não acabou”, afirmou Liz Shuler, presidente da AFL-CIO.

A AFL-CIO lançou uma campanha de mobilização total por e-mail e nas redes sociais para pressionar pela aprovação do projeto bipartidário. Nem o presidente Donald Trump nem o presidente da Câmara Mike Johnson (R–Louisiana) podem impedir que a votação aconteça agora.

“Ligue para o seu representante agora e peça que vote a favor do Protect America’s Workforce Act”, declarou a federação em comunicado.

A luta, porém, ainda não acabou, porque mesmo que a Câmara aprove a medida, o Senado controlado pelos republicanos pode derrubá-la ou — caso o Senado a aprove — Trump pode vetá-la.

“O povo norte-americano não concordou com isso. Aproximadamente 70% dos norte-americanos — pessoas com diferentes posições políticas — apoiam o direito de ingressar em um sindicato. É por isso que temos o apoio de que precisamos para levar o Protect America’s Workforce Act até a linha de chegada”, diz o comunicado da AFL-CIO.

Esse apoio forçou a votação iminente. Agora, a federação quer que os legisladores cumpram sua parte. É aqui que entra a pressão pública. “Precisamos que cada representante, democrata ou republicano, que afirma apoiar os sindicatos dos EUA vote a favor do Protect America’s Workforce Act… Então, vamos ao trabalho.”

Golden e Fitzpatrick apresentaram o Protect America’s Workforce Act há meses. Fitzpatrick é o único republicano da Câmara que às vezes pode ser considerado pró-trabalhador. Sua pontuação vitalícia no ranking da AFL-CIO é de 61% favorável, o único republicano acima de 40%. A pontuação vitalícia de Golden é de 88%, uma das mais baixas entre os democratas.

Diante de um bloqueio da liderança republicana — e de Trump — a dupla lançou o pedido de descarga (discharge petition), um mecanismo para tirar da gaveta projetos de lei que os líderes não querem levar adiante e que, de outra forma, seriam arquivados e esquecidos.

Eles conseguiram, em 17 de novembro, reunir as 218 assinaturas — uma maioria — necessárias para liberar o projeto pró-trabalhador, retirando-o dos comitês do Congresso para onde Johnson o havia enviado para morrer, e levá-lo ao plenário da Câmara. Foi o segundo pedido de descarga bem-sucedido em uma única semana.

O primeiro — e mais divulgado — pedido de descarga forçará uma votação sobre uma legislação que ordena ao Departamento de Justiça de Trump a liberação de todos os arquivos de Jeffrey Epstein, incluindo aqueles que implicam Trump no esquema de exploração sexual de mulheres e meninas pelo predador sexual Epstein.

Mark Gruenberg  é chefe do gabinete de Washington, D.C., do People’s World.

Texto traduzido do People’s World por Luciana Cristina Ruy


Fonte:  Rádio Peão Brasil - 02/12/2025

 

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