Os Metalúrgicos do ABC participaram, na última quinta-feira, 20, da reabertura do Salão do Automóvel, em São Paulo, após sete anos sem realização. O evento contou com a presença do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad, Luiz Marinho, entre outros.
O presidente o Sindicato, Moisés lembrou que a última edição, em 2018, ocorreu quando o Brasil ingressava em “um período de trevas na política, na economia e nos direitos sociais”, seguido por uma pandemia devastadora que tirou a vida de 712 mil brasileiros e brasileiras, afetou o emprego e trouxe fome e insegurança para milhões.
“Hoje, o Salão do Automóvel ressurge em outra conjuntura, o país tem taxas de desemprego nunca antes vistas na história, a comida voltou ao prato dos trabalhadores, a vacina e o SUS voltaram a ser valorizados, e a esperança brota no sorriso de cada brasileiro e brasileira”, afirmou.
O presidente do Sindicato também destacou as profundas transformações no setor automotivo impulsionadas pela tecnologia e pela urgência ambiental, além de ressaltar que a transição energética não pode excluir quem produz a riqueza do setor.
“Não podemos esquecer que essa transição energética tem que ser justa. Deve ter o envolvimento dos trabalhadores e trabalhadoras. Queremos uma transição energética justa, que gere oportunidades, que preserve empregos sem deixar ninguém para trás”.
Relações de trabalho
O presidente reiterou que a cadeia automotiva emprega cerca de 1,2 milhão de trabalhadores e trabalhadoras entre montadoras, autopeças e distribuidores. Nesse cenário, lembrou que o avanço tecnológico também deve vir acompanhado do avanço das relações de trabalho.
“Queremos diálogo permanente com as empresas e negociação coletiva forte. O Brasil do diálogo é o Brasil que dá certo. Não é aceitável que o país siga preso às 44 horas semanais. A última redução foi no século passado, de 48 para 44 horas. Quem, se não a Anfavea, tem maturidade e responsabilidade para liderar esse passo? Há empresas que já praticam 40 horas. Está mais do que na hora”.
Investimentos
Moisés também celebrou os R$ 180 bilhões em investimentos anunciados recentemente pelas montadoras, fundamentais para impulsionar a produção, modernizar fábricas e ampliar a geração de empregos.
“Temos os melhores trabalhadores do mundo, com competência técnica para atender qualquer demanda. Que essas empresas venham para produzir aqui, gerar empregos e fortalecer nossa cadeia de fornecedores”, disse.
Atuação sindical
O presidente reforçou que o Brasil é um país atrativo, mas também possui legislações e sindicatos que, apesar dos ataques sofridos nos últimos anos como a reforma Trabalhista, seguem firmes na defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Quando há diálogo, negociação e responsabilidade social, todos ganham”.