O primeiro dia do intercâmbio sindical promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) entre dirigentes de São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul começou nesta segunda-feira (24) com uma verdadeira imersão na história, na estrutura e nas práticas organizativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC). A FEM-CUT/SP participa do encontro representada por seu diretor executivo Josivan Nunes do Vale (Cachoeira), que também integra a direção dos metalúrgicos do ABC.
A atividade integra a programação nacional que ocorre entre 24 e 28 de novembro e reúne a FEM/CUT-SP, com apoio da CNM/CUT, a FEM/CUT-RS e o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco.
As delegações participaram da abertura oficial, na sede do SMABC, com apresentação dos objetivos, acolhida institucional e retomada do propósito central do intercâmbio: fortalecer vínculos, ampliar a troca de experiências e aprofundar práticas de organização no local de trabalho.
Durante a tarde, os participantes assistiram a um filme sobre a trajetória do SMABC e, em seguida, realizaram uma visita guiada pela jornalista Patrícia Moya, do Centro de Memória da entidade. O tour percorreu todos os andares do prédio e resgatou marcos históricos da luta metalúrgica, incluindo a sala ocupada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando dirigiu o sindicato – momento simbólico para muitos integrantes das delegações.
Segundo Amparo, secretária de formação da CNM/CUT e mediadora das atividades da manhã, o primeiro contato sintetiza o valor da troca histórica. “Ver a história tão de perto emociona e ensina. O intercâmbio começa nos mostrando que formação sindical também é memória, identidade e pertencimento”, afirmou.
Organização, negociação e modelo sindical
Além da visita histórica, os dirigentes conheceram os principais eixos de atuação do SMABC, incluindo o modelo de organização no local de trabalho (OLT), os desafios das negociações coletivas, a estrutura de sindicalização e as estratégias de mobilização da categoria. Para o secretário-geral da CNM/CUT, Renato Carlos de Almeida (Renatinho), o primeiro dia já evidenciou o sentido maior da iniciativa.
“Aqui, cada corredor, cada sala e cada dirigente contam uma história de luta. Trazer companheiros do RS e de Pernambuco para vivenciar isso de perto reforça nossa unidade e mostra a força de uma categoria que constrói conhecimento de forma coletiva”, destacou.
A programação se encerrou com uma roda de conversa conduzida por Luizão, da Executiva do SMABC, que respondeu perguntas, explicou dinâmicas internas e compartilhou experiências sobre organização, formação e participação política.
“Quando a gente senta para trocar experiências, todo mundo sai maior. Nosso trabalho só faz sentido quando conseguimos multiplicar práticas, inovar juntos e fortalecer a nossa base nacionalmente”, disse.
Destaque à participação da FEM-CUT/SP
Representando a FEM-CUT/SP no intercâmbio, o dirigente Josivan Nunes do Vale (Cachoeira), também da direção dos metalúrgicos do ABC, ressaltou a importância estratégica da iniciativa para unificar práticas e fortalecer a ação sindical em todo o país.
“Esse intercâmbio traz todos os elementos que constroem a organização da classe trabalhadora brasileira. Aqui, os sindicatos compartilham sua realidade, sua forma de negociar, de se organizar internamente, de eleger dirigentes, de construir as convenções coletivas e fortalecer suas atuações. É uma construção coletiva que busca mais hegemonia, mais unidade e mais equidade para os trabalhadores no local de trabalho”, afirmou Cachoeira.
Segundo ele, a troca fortalece não apenas cada entidade, mas a luta sindical como um todo. “São sindicatos unidos para compreender e transformar suas realidades. Essa é a importância do intercâmbio para São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e para todo o movimento metalúrgico”.