Nesta quinta-feira (13), às 16h30, a Cúpula dos Povos, em Belém (PA), será palco de um importante painel organizado pela CSP-Conlutas, reunindo vozes emblemáticas das lutas dos povos amazônicos. O debate ocorrerá no auditório do ICSA (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas), na UFPA (Universidade Federal do Pará), e promete ser um espaço de resistência e denúncia das diversas formas de exploração e violência que atingem trabalhadores, comunidades tradicionais e povos originários na região.
Sob o tema “A COP30 é um mecanismo do Capital para legitimar a destruição da Amazônia e do planeta”, o debate reunirá lutadores do campo e da cidade.
A luta seringueira e camponesa
Entre os participantes estará Osmarino Amâncio, histórico líder seringueiro do Acre, que atuou com Chico Mendes e ainda atua na defesa da floresta e dos direitos dos trabalhadores extrativistas.
Também participará o camponês Erasmo Theófilo, liderança comunitária de Anapu (PA), do Lote 96, que há anos enfrenta ameaças de morte de pistoleiros por resistir à grilagem e ao avanço do agronegócio sobre as terras amazônicas.
De Pernambuco, Geterino, liderança camponesa, também trará a experiência da luta por terra e reforma agrária em meio à violência do latifúndio.
Povos originários e quilombolas
Já a luta dos povos originários terá a voz da indígena Raquel Tremembé, do Maranhão, para falar sobre a resistência frente ao Marco Temporal, à destruição dos territórios e ao avanço do Capital sobre suas terras. Raquel também é integrante da Secretaria Executiva Nacional da nossa Central.
A quilombola Anne Karina, do Moquibom (Movimento Quilombola do Maranhão), somará sua voz em defesa da titulação dos territórios e contra o racismo.
Comunidades ribeirinhas e tradicionais
Também do Pará, o ribeirinho Claudioleno, do município de Mojú, que vivencia as batalhas contra a exploração ilegal do seixo e contra as grandes empresas e projetos que destroem os rios e modos de vida tradicionais, trará um retrato da realidade nas comunidades tradicionais.
Sob o impacto da recente notícia do assassinato de duas quebradeiras de coco no município do Novo Repartimento, no sudeste do Pará, nosso painel contará também com a participação de Rosa Gregória, do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu, do Maranhão, que também representa a resistência das trabalhadoras que enfrentam o agronegócio e defendem o uso coletivo dos babaçuais.
Lutas operárias e das cidades
Já a luta das mulheres amazônicas também estará fortemente representada. Sueidy Marília Ferreira, integrante do movimento de mães que lutam contra a violência policial no Pará, trará ao debate a dor do luto, mas a coragem da luta por justiça.
O debate contará ainda com Ricardo, do MNL (Movimento Nacional de Luta no Campo e na Cidade), e Dany Brito, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém, que trarão a perspectiva da classe trabalhadora, na luta por reforma agrária e contra a exploração.
“Reunindo experiências diversas, mas atravessadas por uma mesma lógica de exploração capitalista, o painel organizado pela CSP-Conlutas será um chamado à unidade das lutas populares na Amazônia e em todo o país”, explica Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional.
“Em meio aos discursos do capitalismo verde e promessas vazias dos governos e grandes empresas na COP 30, essas vozes representam a verdadeira defesa da floresta e da vida”, completa Rosi Pantoja, da CSP-Conlutas PA.
