No Brasil é moda privatizar as empresas públicas de fornecimento de água, com destaque para as vendas da CEDAE no Rio de Janeiro e a Sabesp em São Paulo, que muda o seu objetivo de fornecimento de água para a população e se volta para obter lucro.
O governo de Pernambuco de Raquel Lyra (PSD) está colocando à venda a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e os trabalhadores da empresa se mobilizaram para barrar a entrega do patrimônio público.
Ontem, 13 de outubro, os trabalhadores da Compesa aprovaram greve por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleias no Recife, Caruaru e Petrolina, após cinco meses de negociações sem acordo sobre o reajuste salarial.
O Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) listou os principais pontos que os trabalhadores querem negociar. São eles:
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reposição integral da inflação (INPC) com 3% de ganho real nos salários.
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garantia de estabilidade no emprego por 35 anos, mesmo período previsto para a concessão parcial.
Outra reclamação dos trabalhadores é o modelo de concessão que o governo quer fazer.
A proposta prevê a entrega da parte mais lucrativa da operação (distribuição) à iniciativa privada, enquanto o estado permanece com a parte que tem o custo mais alto.
Após o início da greve, a Compesa por meio de uma nota para a imprensa informou que todos os serviços estão “sendo prestados normalmente, sem qualquer interrupção”.
Na tarde de ontem, segunda-feira (13/10), o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região realizou reunião para a tentativa de conciliação entre os representantes do Sindurb-PE e da Compesa.
Após a reunião, o sindicato reuniria os trabalhadores na manhã de hoje (14/10) levando as propostas da empresa e decidiria se estenderá a greve. Uma nova reunião está agendada para o dia 20 de outubro.