Após mais de três meses de uma Campanha Salarial em que as empresas de jornais e revistas da capital demonstraram enorme intransigência em negociar reivindicações absolutamente justas e razoáveis da categoria, a assembleia realizada nesta segunda-feira, 8 de setembro, aprovou por unanimidade uma paralisação de duas horas que acontecerá na próxima quarta-feira, 10 de setembro.
Na última semana, em uma decisão unilateral, os patrões realizaram uma antecipação dos reajustes salariais, desconsiderando todo o processo de negociação estabelecido nos últimos meses. Como forma de dividir a categoria, jornalistas com salários até R$ 13 mil receberam reajuste pela inflação, de 5,2%, enquanto profissionais com vencimentos acima desse valor tiveram aumento fixo de R$ 700.
A manobra patronal foi amplamente rejeitada pela categoria, que a considera um desrespeito e verdadeiro “golpe” contra a negociação.
A luta das e dos jornalistas é clara: reajuste para todos os salários, com ganho real no piso da categoria, e valorização acima da inflação do Vale-Refeição. Experiências de negociações realizadas em outros estados neste ano comprovam que as reivindicações são plenamente viáveis, já que Convenções Coletivas de Trabalho assinadas em diferentes regiões garantiram o reajuste integral da inflação, sem divisões entre profissionais.
Em 2021, jornalistas de jornais e revistas da capital realizaram uma paralisação histórica diante de outra negociação difícil. Esse exemplo de luta coletiva foi resgatado nesta Campanha Salarial, reforçando a importância de que a mobilização conte com a participação de todos os colegas, seja presencialmente nas redações ou de forma remota.
A orientação do Sindicato é deixar o celular no silencioso e sair dos e-mails corporativos durante o período da paralisação. Para quem estiver na redação, realizaremos assembleias nas portas das empresas.
O SJSP, representante de todas e todos os jornalistas, notificou o patronal sobre a paralisação e não admitirá qualquer tipo de constrangimento ou coação contra a categoria no exercício do direito à organização. Em caso de qualquer problema, contate imediatamente nossas diretoras e diretores.