O site da United Steelworkers (USW), maior sindicato industrial da América do Norte, publicou em 25 de agosto de 2025 a reportagem Women of Steel Make Us Stronger, destacando o papel fundamental das Women of Steel (Mulheres de Aço) na luta por igualdade, representatividade e justiça dentro e fora do ambiente de trabalho.
Origem e fortalecimento do programa
O programa Women of Steel foi institucionalizado em 2005, quando a convenção constitucional da USW aprovou emenda exigindo a criação de comitês em todos os sindicatos locais. Mas a história é mais antiga: já em 1942, Betty Karr tornou-se a primeira mulher a presidir um sindicato local da categoria.
Desde então, o WOS vem se consolidando como espaço de organização, acolhimento e formação de lideranças femininas no sindicalismo.
Lideranças que marcaram trajetória
A reportagem da USW destaca nomes que moldaram o crescimento do programa como:
- Bonnie Carey, pioneira no setor de alumínio em Iowa, foi coordenadora dos programas Rapid Response e Women of Steel até 2009. Depois da aposentadoria, fundou o capítulo local da organização de aposentados SOAR (Steelworker’s Organization of Active Retirees) e segue atuante como conselheira.
- Molly McVay, da Local 11228, no Kansas, sublinha o papel de acolhimento e mentoria do programa, que oferece às trabalhadoras um espaço seguro para compartilhar experiências e preocupações.
- Roxanne Brown, atual vice-presidente internacional da USW, afirma que as Women of Steel “fortalecem o sindicato como ativistas e organizadoras habilidosas”. Ela sucedeu Carol Landry, a primeira mulher a ocupar a vice-presidência internacional, que comandou o programa por mais de uma década.
- Cathy Drummond, integrante do WOS desde 1998, tornou-se em 2023 a primeira mulher diretora distrital da USW no Distrito 11, destacando a importância de criar espaços inclusivos nas unidades de trabalho.
- Ann Flener-Gittlen, que dirigiu o programa por 17 anos até 2023, reforça que compreender e apoiar as Women of Steel é essencial para fortalecer o sindicato como um todo.
Conquistas e ações
As Women of Steel tiveram papel decisivo na defesa de legislações como o Lilly Ledbetter Fair Pay Act, que combate desigualdade salarial, e a Violence Against Women Act, de proteção contra a violência de gênero. Também atuaram em campanhas globais, em parceria com a IndustriALL e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), contra assédio e violência no trabalho.
No campo da saúde e segurança, o programa desenvolveu o guia “Raising the Bar on Women’s Health and Safety”, que aborda desde ergonomia até proteção para vítimas de violência doméstica.
Em nível local, o engajamento se traduz em ações comunitárias. Beth Geary, da Local 1145 (Pensilvânia), organiza doações de roupas e alimentos e defende melhorias como licença parental. Já Angel Ramirez, da Local 1014L (Ohio), mobiliza trabalhadoras em apoio a bancos de alimentos, abrigos e causas sociais, além de negociar cláusulas de privacidade para mulheres lactantes.
Força que transforma
O diretor do programa, Randie Pearson, resume o espírito das Women of Steel em três pilares:
- Educação;
- Ativismo e;
- Serviço.
Essa combinação explica como, ao longo de duas décadas de estruturação formal e mais de 80 anos de história, as WOS se tornaram um dos motores de transformação do movimento sindical nos Estados Unidos e no Canadá.