Os metalúrgicos da Gerdau, em Pindamonhangaba, paralisaram as atividades nesta quinta-feira, 14 de agosto, contra o aumento de acidentes e em defesa dos empregos.
A mobilização integrou também a Campanha Salarial. O protesto ocorreu após a empresa anunciar, no dia 1º de agosto, a dispensa de 1.500 trabalhadores no Brasil.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, as demissões teriam ocorrido principalmente em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes. Entretanto, a entidade contestou os números e a postura da companhia.
De acordo com o sindicato, as informações não coincidiram com dados locais e homologações, que somaram cerca de cem desligamentos, nem com registros do CAGED, que indicaram 30 cortes.
O presidente André Oliveira afirmou que, desde o início do ano, discutia com a empresa sobre a queda na produção, mas não sobre demissões em massa.
Ele criticou a condução da direção nacional e afirmou que o anúncio gerou instabilidade e sensação de caos na fábrica, além de pressão política.
Segundo André, ameaças de cortes prejudicaram o ambiente e aumentaram o risco de acidentes. Desde o anúncio, ocorreram quatro casos, incluindo amputação de dedo.
O dirigente classificou a postura da empresa como “covarde” e defendeu negociação séria para preservar empregos e segurança.
O sindicato também pretende dialogar com a Gerdau sobre o programa Brasil Soberano, anunciado na quarta-feira, que oferece auxílio a exportadoras afetadas pelo tarifaço dos EUA.
Parte da produção da fábrica, especialmente na fabricação de cilindros, destina-se ao mercado norte-americano e pode ser beneficiada pela medida governamental.