O clima dentro da fábrica da Pilkington tem se tornado insustentável para os trabalhadores e trabalhadoras. O Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras tem recebido, há vários meses, denúncias de que alguns gestores de linhas da empresa têm praticado constantes ameaças e comentários com teor de assédio durante reuniões, usando metáforas que, segundo os relatos, têm servido como justificativa velada para demissões.

Frases como “Toda árvore tem que ter poda para nascer galhos novos, senão a árvore morre” e “No quebra-cabeça tem que encaixar as peças, se não encaixar tem que ser descartada” foram ditas em tom intimidador. Para os trabalhadores, essas falas têm um alvo claro: os mais antigos, que agora estão sendo desligados. Um dos casos mais alarmantes relatados envolveu um funcionário que, diante da pressão, precisou ser encaminhado ao atendimento psiquiátrico.

Entre as mulheres, a situação é ainda mais preocupante. Aumentou o número de trabalhadoras na fábrica, mas junto com isso, cresceram também os relatos de assédio moral e sexual. Em vez de promover um ambiente de respeito, a empresa tem permitido – ou ignorado – práticas que atacam diretamente a dignidade das trabalhadoras.

Diante desse cenário, o Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras esteve na porta da Pilkington nos dias 6 e 7 de agosto, exigindo mudanças urgentes. “Não aceitaremos que o assédio vire método de gestão. Trabalhador e trabalhadora merecem respeito. Não vamos nos calar diante de nenhum tipo de violência!”, afirma a direção do Sindicato.

O Sindicato continuará acompanhando de perto a situação, ouvindo a categoria e tomando todas as medidas necessárias para proteger quem está na linha de frente da produção. É hora de dar um basta à política do medo e construir um ambiente de trabalho digno, seguro e justo para todos.