Notícia - CSB participa do 6º Congresso Nacional da CTB e destaca papel sindical na defesa da soberania

A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) marcou presença no 6º Congresso Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), realizado nesta quinta-feira (7) no SENAI Cimatec, em Salvador (BA). O evento, que contou com um Seminário Internacional e a participação de lideranças sindicais de 20 países, reuniu autoridades, parlamentares e representantes sindicais para debater os desafios da classe trabalhadora.

O presidente da CSB, Antonio Neto, discursou durante o congresso, enfatizando a necessidade de união das centrais sindicais diante dos ataques à soberania nacional e aos direitos dos trabalhadores. “Vivemos um momento extremamente grave para o Brasil. O império – com sua lógica predatória, neoliberal e antinacional – volta a mirar nosso país”, afirmou, criticando o avanço do capital financeiro e a precarização do trabalho.

LEIA: Em reunião do Conselhão, centrais apoiam defesa da soberania nacional em meio à crise com os EUA

Em sua fala, Neto homenageou o ex-presidente da CTB Wagner Gomes, falecido em 2021, destacando sua trajetória como “exemplo de lealdade, coragem e compromisso”. O líder da CSB também reforçou a proximidade ideológica entre as duas centrais, lembrando a defesa comum da unicidade sindical, da contribuição compulsória e de um sindicalismo classista. “Se somos chamados de ‘dinossauros’, somos daqueles que permanecem de pé, com a coluna vertebral intacta”, declarou, em resposta a críticas de setores liberais.

Também participaram do evento representando a CSB os dirigentes Mario Conceição (presidente CSB-BA), Mário Cléber (secretário de Comunicação CSB-BA), Ary Menson (presidente do Sindicuido Bahia) e Vitor Imafuku (1º secretário de Comunicação). O congresso também contou com a presença de parlamentares como os deputados Daniel Almeida (PCdoB), Alice Portugal (PCdoB) e Olívia Santana (PCdoB), além da ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e do secretário de Trabalho da Bahia, Augusto Vasconcellos.

Antonio Neto alertou ainda para os riscos de concessões ao neoliberalismo e defendeu um “projeto popular nacional de desenvolvimento”. “O ano que vem será uma verdadeira guerra política. Uma guerra pelo futuro do Brasil, pela democracia e pela soberania pelos direitos dos trabalhadores. E a vitória só será possível com amplitude, generosidade, capacidade de diálogo e, acima de tudo, com uma frente ampla que una todos os setores democráticos, populares e patrióticos deste país”, disse.

O congresso seguiu com debates sobre políticas públicas, relações internacionais e estratégias de mobilização, reafirmando o papel das centrais na resistência aos retrocessos e na construção de uma agenda trabalhista.

Confira a íntegra do discurso de Antonio Neto no 6º Congresso Nacional da CTB:

“Companheiras e companheiros, boa tarde!

É com muita honra e alegria que participo deste importante 6º Congresso Nacional da CTB – a Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil aqui na Bahia.

Quero começar saudando com respeito e admiração o companheiro Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, liderança aguerrida e combativa na defesa da classe trabalhadora.

Saúdo também o companheiro Ronaldo Leite, secretário-geral da CTB, e, por meio deles, saúdo todas as companheiras e companheiros aqui presentes, que constroem com coragem e compromisso essa central.

Permitam-me, neste momento, prestar uma homenagem especial à memória de um amigo querido, um aliado de tantas lutas e embates duros ao nosso lado: o companheiro Wagner Gomes.

Wagner foi uma liderança sindical ímpar, exemplo de lealdade, coragem, compromisso e generosidade. Um dirigente que deixou marcas profundas no movimento sindical e em todos que com ele caminharam. Sua trajetória seguirá viva como inspiração para todos nós que acreditamos no sindicalismo como ferramenta de transformação social.

Companheiros, vivemos hoje um momento extremamente grave para o Brasil. O império – com sua lógica predatória, neoliberal e antinacional – volta a mirar nosso país com tentáculos financeiros, políticos e ideológicos. São ataques constantes à nossa soberania nacional, às nossas instituições democráticas e ao próprio sentido de nação. Um projeto de desmonte que ameaça as conquistas históricas do povo brasileiro.

Diante disso, não há espaço para vacilo nem divisão. A única resposta possível é a unidade das Centrais Sindicais brasileiras, como temos construído ao longo dos últimos anos.

Uma unidade baseada no respeito mútuo, na diversidade de ideias, mas, sobretudo, na convicção de que precisamos enfrentar juntos os desafios do nosso tempo, com coragem, solidariedade e estratégia.

CSB e a CTB compartilham não apenas pautas em comum, mas uma linha ideológica e política próxima.

Somos centrais que sempre defenderam com firmeza a unicidade sindical, a contribuição sindical compulsória, o modelo confederativo, a negociação coletiva com efeito erga omnes e, acima de tudo, um sindicalismo classista, que compreende o conflito entre capital e trabalho e se posiciona claramente ao lado da classe trabalhadora.

CSB é uma central trabalhista, herdeira direta da tradição de Getúlio VargasTancredo Neves e João Goulart. Mas é também uma central que sempre caminhou lado a lado com os companheiros comunistas, nos momentos mais decisivos da história brasileira. Essa aliança histórica entre trabalhismo e comunismo, entre nacionalismo e luta de classes, foi – e seguirá sendo – fundamental para os avanços do povo brasileiro.

Sei que muitos liberais – e até mesmo setores do próprio movimento sindical – tentam desqualificar nossa defesa da contribuição sindical compulsória, da unicidade e do modelo confederativo, nos chamando de “dinossauros”. Pois bem… se somos dinossauros, somos daqueles que permanecem de pé, com a coluna vertebral intacta, mesmo após milhões de anos. Porque temos vértebras, temos espinha dorsal, temos convicções e lado!

É preciso fazer uma crítica firme ao neoliberalismo, à lógica do capital financeiro, da uberização, da precarização, que esmaga o trabalhador e destrói as bases do Estado nacional. E é preciso dizer com todas as letras: alguns setores da política têm conciliado demais com esse modelo econômico – e conciliação com um projeto que destrói vidas o custo é caro demais.

Mas nós, companheiros, com unidaderesponsabilidade histórica e consciência crítica, seremos capazes de disputar os rumos do país, da economia, da democracia e do próprio movimento sindical. O Brasil precisa de um novo projeto popular nacional de desenvolvimento – e esse projeto nasce da luta, da organização e da mobilização da classe trabalhadora.

O ano que vem será uma verdadeira guerra política. Uma guerra pelo futuro do Brasil, pela democracia, pela soberania e pelos direitos dos trabalhadores. E a vitória só será possível com amplitude, generosidade, capacidade de diálogo e, acima de tudo, com uma frente ampla que una todos os setores democráticospopulares e patrióticos deste país.

Quero, por fim, parabenizar a CTB, suas entidades filiadas, sua direção nacional e todos os delegados e delegadas aqui presentes. Este Congresso é uma demonstração de força, organização e esperança. Um espaço de reafirmação de princípios, de construção coletiva e de renovação do compromisso com a classe trabalhadora.

CSB seguirá ao lado da CTB na luta pela unidade do movimento sindical, por um projeto nacional soberano, e pela construção de um Brasil justo, desenvolvido e de direitos para toda a classe trabalhadora.

Viva a CTB! Viva a unidade das Centrais! Viva o Brasil!

Muito obrigado.”

 


Fonte:  CSB - 08/08/2025

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.