A história da mulher negra no mercado de trabalho é a história da resistência contra um sistema que a explora, invisibiliza e descarta. Somos maioria entre as trabalhadoras informais, estamos nos postos de trabalho mais precarizados e recebemos os menores salários. Isso não acontece por acaso. É o resultado direto do racismo estrutural e do machismo, que se retroalimentam para manter a mulher negra na base da pirâmide social.
O capitalismo brasileiro nasceu sobre o trabalho escravizado, e as mulheres negras herdaram, até hoje, a marca dessa exploração. O que chamam de “natural” é, na verdade, a perpetuação de um modelo de sociedade que concentra riquezas e nega direitos.
Por isso, falar sobre a mulher negra no mundo do trabalho é falar de luta sindical e luta política. É exigir:
- Igualdade salarial real, com fiscalização e punição para empresas que discriminam;
- Garantia de acesso a cargos de liderança e espaços de decisão;
- Políticas públicas que combatam a precarização e o desemprego;
- Formação profissional e educacional voltada para a ascensão da mulher negra;
- Combate às práticas racistas e sexistas dentro dos locais de trabalho.
A luta não é só por inclusão, é por transformação. É por romper o ciclo de exploração que nos coloca sempre no mesmo lugar. É por trabalho digno, salários justos, respeito e representatividade.
E é dentro dos sindicatos, dos movimentos populares e das ruas que essa mudança se constrói. Porque quando a mulher negra avança, toda a classe trabalhadora avança.