Notícia - UGT dá início a uma Caminhada de Formação Sindical e Ambiental por todo Pará

Com o tema: "Transição Justa só com Justiça Social e a participação dos Trabalhadores e Trabalhadoras" a UGT-PARÁ reuniu na cidade de Santarém, a pérola do Tapajós, 20 sindicatos filiados e 75 dirigentes sindicais no auditório do Sindicato dos Empregos no Comércio de Santarém, na última quarta-feira, 16/07. Rosinete Rêgo dos Santos, a presidente do Sindicato, falou da satisfação em receber os companheiros e as companheiras para tratar de um tema tão importante como transição justa, "Santarém é uma cidade turística do nosso Pará, temos a praia de Alter do Chão, conhecida como o Caribe da Amazônia, mas nós temos aqui também um porto enorme de exportação de grãos. Com a intensificação do agronegócio e a perspectiva de uma "zona franca" de indústrias é urgente a nossa preparação para discutir e propor alternativas para a crise climática que já chegou por aqui. Ultimamente nos períodos de cheia, os rios estão invadindo a cidade e na seca fica muito seco mesmo, prejudicando a navegação", explicou a dirigente comerciária.

O seminário tem a parceria do Dieese, através do economista e diretor técnico Everson Costa, que faz um debate imersivo com os participantes, onde conceitos e dados ambientais, econômicos e climáticos da região foram debatidos com muita dedicação por todos e todas. "Essa é uma das missões do Dieese que é um órgão de assessoria do movimento sindical. Trouxemos aqui para essa formação dados econômicos e sobre o avanço da emergência climática que já está afetando aos trabalhadores e trabalhadoras, porém com tendência de agravamento, se nada for feito! Por isso, despertamos em cada dirigente sindical aqui presente, a importância de se incluir cláusulas de prevenção às urgências climáticas nas convenções coletivas das diversas categorias, para serem levadas às mesas de negociação coletiva de trabalho", reforçou o economista. Porém, os números do Dieese mostraram uma situação ainda mais grave e urgente no Pará, que é a enorme e histórica desigualdade social. O Pará está entre as 10 maiores economias do Brasil e estima um crescimento de 3,5% para esse ano, mas mantém sobre a população economicamente ativa um cenário sombrio. Mais de 50% dos trabalhadores e trabalhadoras ganham até um salário-mínimo, 60% do mercado de trabalho é informal e, pior, 1 milhão e oitocentas mil famílias paraenses dependem dos programas de repasse de renda governo.

 

Transição Justa, só com justiça social e a participação dos trabalhadores e das trabalhadoras

“Nós acreditamos que a realização da Cop 30 no Brasil e, em especial aqui no Pará que é o portal da Amazônia, nos dará uma excelente oportunidade para discutir as desigualdades sociais e regionais no Brasil e no mundo. Não tem como falar de transição justa, sem falar de justiça social, e a participação dos trabalhadores e trabalhadoras é fundamental, porque são essas pessoas que estarão na ponta, ou seja, executando os processos de transição justa”, explicou Zé Francisco, secretário nacional do meio ambiente da UGT. Que acredita que “só com o domínio dos temas que causam à crise climática que o mundo vivencia hoje, será possível ao movimento sindical propor e participar efetivamente de processos que levem a humanidade à criar uma relação de produção e consumo sustentável com o meio ambiente”,  completa o dirigente sindical que já participou de uma Cop em Dubai, e esteve recentemente na pré-Cop da ONU em Bonn na Alemanha. “Nós tivemos a honra de falar na plenária de encerramento, e deixamos claro que estamos nos preparando para fazer o maio e o mais significativo evento sobre meio ambiente e clima já visto na história, com a participação de todos e todas, trabalhadores, povos originários e todas as representações”, finaliza.

Porém, a UGT sabe que a Cop 30 também será um momento difícil para a participação popular, o que segundo o presidente da central no Pará, Ivan Duarte, seria lamentável. “Infelizmente estamos vendo que a organização da Cop 30 não está ouvindo todos os setores da sociedade. Nós do movimento sindical estamos sentindo muita dificuldade em participar. E isso tem que ser dito! Os governos do estado e federal deveriam entender que a participação dos representantes dos trabalhadores e da sociedade civil podem ajudar a destravar o impasse quanto ao financiamento dos projetos de recuperação dos danos, criados historicamente pelos países desenvolvidos, ao meio ambiente, aos nossos mares e as nossas florestas”, explicou o presidente da UGT no Pará. Lembrando ainda que depois de anos a conferência das partes para discutir o clima da ONU, a Cop 30, vai acontecer em um país livre e democrático. “Se a UGT não puder participar das discussões oficiais vamos às ruas marcar posição e levar as nossas propostas para o público mundial”, finaliza Ivan Duarte.

A Caminhada de formação da UGT no Pará segue firme. A próxima parada será no dia 16/08, no município de Parauapebas, no sudoeste do estado. “Nossa próxima formação será para atender os nossos sindicatos filiados do sul e sudeste do Pará. Com a parceria do Dieese vamos fazer a análise econômica daquela região e discutir as melhores propostas com os companheiros e companheiras de lá. Porém, com uma diferença. O evento de formação em Parauapebas terá uma dinâmica onde vamos fazer simulações de mesas de negociação com cláusulas ambientais de proteção às urgências climáticas. Além de um encerramento com um ato público em uma praça da cidade mostrando para toda a sociedade à importância da participação de todos e todas nessa discussão climática!”, concluiu, Zé Francisco, responsável pela pasta do meio ambiente da UGT nacional.


Fonte:  ASCOM - UGT-PARÁ - 21/07/2025

 

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