Trabalhadores de São José dos Campos e região estão convocados para um ato em defesa da soberania nacional e contra a taxação de Donald Trump sobre produtos brasileiros, nesta quarta-feira (16). A manifestação, organizada pelo Sindicato, será realizada na portaria da Embraer Faria Lima, a partir das 14h30.
O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciado pelo presidente dos Estados Unidos na semana passada e está previsto para vigorar a partir de 1º de agosto.
O ataque econômico deve atingir, principalmente, o agronegócio, a extração de petróleo bruto e o setor aeronáutico, representado pela Embraer. Seis em cada dez aeronaves da empresa brasileira destinam-se ao mercado estadunidense.
Nesse violento ataque à soberania brasileira, Trump usa como pretexto a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em processo por tentativa de golpe de Estado. A justificativa política evidencia a tentativa de interferência imperialista em um tema exclusivamente brasileiro.
Região
São José dos Campos foi a segunda cidade do Brasil que mais exportou produtos para os Estados Unidos, em 2024, atrás apenas do Rio de Janeiro.
No Vale do Paraíba e Litoral Norte, além de São José, outras quatro cidades se destacam no ranking de exportações. Confira abaixo os valores e principais produtos exportados, de acordo com reportagem do portal spriomais:
- São José dos Campos: US$ 1,9 bi (aeronaves e peças espaciais)
- Ilhabela: US$ 623,8 mi (combustíveis e óleos minerais)
- São Sebastião: US$ 356,2 mi (combustíveis e derivados)
- Pindamonhangaba: US$ 159 mi (alumínio e suas obras)
- Taubaté: US$ 103,3 mi (máquinas e equipamentos industriais)
Contra-ataque
Nesta terça (15), os metalúrgicos da General Motors, Ericsson e Gerdau, em São José dos Campos, participaram de assembleias que deram início à campanha em defesa da soberania nacional e contra a taxação imperialista.
Confira o vídeo aqui
Com o ato desta quarta, o Sindicato amplia a luta e convoca toda a sociedade para exigir que o presidente Lula (PT) reaja à ingerência de Trump à altura. Isso não significa apoio ao governo, uma vez que a entidade mantém sua postura de independência.
O Sindicato também exige a prisão de Bolsonaro e de todos os golpistas. No fim da noite desta terça (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente do Brasil pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
“Trump quer ampliar o domínio econômico sobre o Brasil e tenta salvar seu aliado de extrema-direita Bolsonaro. É uma ação arrogante e intolerável que precisamos repudiar com todas as nossas forças. Também vamos às ruas em defesa dos empregos nos segmentos afetados em nossa categoria e pela prisão de Bolsonaro. Sem anistia para golpistas!”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.