Na noite de ontem, 10 de julho, cerca de 15 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a escala de trabalho 6x1 e exigir do Congresso Nacional a taxação dos super-ricos. A mobilização também teve como foco a defesa da soberania nacional.
O ato ganhou força após declarações ofensivas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que irá taxar produtos brasileiros em 50% a partir de 1º de agosto — medida considerada um desrespeito à soberania do Brasil.
Segundo levantamento do Monitor do Debate Político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap/USP), o protesto de ontem superou em público o realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no mesmo local, no dia 29 de junho. O pico de concentração ocorreu às 19h30, com 15,1 mil pessoas.
A mobilização integrou as ações do Plebiscito Popular, movimento que defende a justiça social, a taxação dos super-ricos e o fim da escala de trabalho 6x1. Durante o protesto, palavras de ordem como “Congresso inimigo do povo” e críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foram entoadas pelos manifestantes.
A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP), militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), declarou:
“Estamos nas ruas para dizer que bilionário, banqueiro e casa de apostas têm que ser taxados, sim. Quando a classe trabalhadora, quando uma mulher preta, uma mãe solo, um professor, uma diarista, um empregado doméstico e um sem-teto tiverem direitos garantidos neste país, aí sim estaremos avançando em direção à reparação histórica.”
Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou:
“Hoje, aqui na Paulista, estão os verdadeiros patriotas do país. Não aqueles que conspiram contra a democracia usando símbolos nacionais. Essa manifestação é uma resposta aos que tentam impedir o presidente Lula de governar e aos que se revoltam diante da proposta de fazer os super-ricos pagarem sua parte.”