A União Geral dos Trabalhadores (UGT) está movendo ações judiciais contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e diversas operadoras de planos de saúde, denunciando reajustes abusivos em planos coletivos e outras práticas lesivas aos consumidores — especialmente aos trabalhadores e suas famílias.

A entidade denuncia reajustes de até 82% em planos coletivos e acusa agência reguladora de omissão; ato será nesta quinta-feira (4/7), às 11h, em São Paulo. Segundo ela, enquanto a ANS autorizou um reajuste de 6,91% para planos individuais em 2024, operadoras estão impondo aumentos muito superiores nos planos coletivos, em especial nos contratos com até 29 vidas. Entre 2018 e 2022, os reajustes acumulados chegaram a até 82,36%.

Omissão da ANS e conflito de interesses

Para o presidente da UGT, Ricardo Patah, a ANS tem sido conivente com práticas predatórias do setor privado e falhado na proteção dos usuários. Ele aponta ainda para possíveis vínculos entre diretores da agência reguladora e o setor que deveriam fiscalizar. “A ANS tem a obrigação de proteger os usuários, mas tem atuado de forma leniente diante dos abusos das operadoras”, criticou.

A ANS, por sua vez, afirma que não estabelece tetos para reajustes de planos coletivos, como faz nos individuais, e que exige das empresas regras de transparência, como a comunicação do índice aplicado e sua exibição nos boletos. A agência também garante que realiza fiscalização rigorosa para assegurar os direitos dos consumidores e o equilíbrio do setor.

Mais denúncias

Além dos reajustes abusivos, a UGT também denuncia negativas de cobertura, dificuldades de acesso a procedimentos previamente autorizados, rescisões contratuais arbitrárias e a proposta de um plano de saúde com cobertura limitada, que, segundo a entidade, garante apenas consultas e exames, sem tratamento adequado.

Manifestação em São Paulo

Como parte da mobilização, a UGT convocou uma manifestação para esta quinta-feira, 4 de julho de 2025, às 11h, na Avenida Paulista, 1682, em São Paulo. Com o lema “Socorro ANS, fiscalize já!”, o protesto pretende chamar a atenção para os abusos das operadoras de planos de saúde e exigir maior rigor da ANS na fiscalização do setor.

A manifestação também traz cartazes com mensagens como “Saúde não é mercadoria” e “Chega de abusos nos planos de saúde”, reforçando o apelo por justiça e dignidade no atendimento à saúde suplementar.