A luta pela igualdade no mundo do trabalho e a corresponsabilização social pelos cuidados estiveram no centro dos debates realizados durante a Conferência Livre de Mulheres da CUT-SP, realizada na última quinta-feira, 12 de junho, com participações virtuais e presenciais na sede da entidade, no Brás.
Mais de 130 mulheres sindicalistas, de diversas categorias, participaram da atividade, que discutiu questões relacionadas ao enfrentamento da violência e do feminicídio, a desigualdade ainda existente nos locais de trabalho e a promoção da política de cuidado, que busca envolver os homens na responsabilização dos afazeres cotidianos da família, de forma a não sobrecarregar somente as mulheres.
O evento é uma das etapas da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), organizada pelo governo federal e prevista para ocorrer de 29 de setembro a 1º de outubro. Além das etapas oficiais (promovidas por prefeituras e governos), organizações da sociedade civil também podem realizar encontros preparatórios – nos quais suas contribuições serão recebidas para as fases seguintes.
“Essa nossa atividade é muito importante para debater a pauta da classe trabalhadora, a questão da igualdade no mundo do trabalho, a igualdade salarial entre homens e mulheres e o fim do assédio no mundo do trabalho. Então iremos tirar nossas propostas para levar para a Conferência Nacional em Brasília, por isso é muito importante o envolvimento de todos os ramos da nossa Central, para garantir uma boa participação”, afirmou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Marcia Viana.
Nessa mesma linha, a secretária da pasta da CUT Brasil, Amanda Corcino, ressaltou a importância de realização das conferências livres para se eleger um bom número de delegadas na etapa final. “É um ano de grandes desafios para a gente. Temos uma extrema direita organizada, que avança no mundo e aqui no Brasil. Avança sobre os nossos direitos, sobre os direitos das mulheres e a classe trabalhadora. E nós precisamos nos organizar porque tenho certeza de que, dentro da conferência, esse campo também fará ataques” afirmou a dirigente, em participação virtual.
Na Conferência da CUT-SP, as participantes chegaram a 15 propostas finais relacionadas ao mundo do trabalho e a defesa dos direitos. Por conta disso, foi criada uma comissão para sistematizar as propostas e sugerir uma redação que busque contemplar parte das ideias. A expectativa é que se chegue a três propostas que serão encaminhadas conforme orientação do regimento.
“Aqui estamos discutindo as nossas dificuldades em relação à lei de igualdade salarial, sobre as nossas remunerações, saúde, ou seja, todos os temas que envolvem as questões de gênero. Nós somos uma classe trabalhadora, mas nós temos gênero, raça, orientação sexual, e isso é muito importante ser respeitado. É importante que a gente esteja realmente organizado para as nossas reivindicações”, disse a vice-presidenta da CUT-SP, Ivone Silva.
Delegadas
Para representar as mulheres cutistas de São Paulo, foram eleitas como delegadas titulares a secretária da CUT-SP e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba, Márcia Viana, a dirigente do Sindsep-SP, Laudicéia Reis Silva dos Santos, e do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Município de São Paulo, Marli de Oliveira Silva; e terão como suplentes Inez Galardinovic, do Sindicato dos Bancários do ABC, Ana Firmino, do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, e Dinah Araújo, do Sindicato dos Coureiros e Calçadistas de São Paulo.
Com o tema "Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas", a 5ª CNPM busca a ampla participação das diversas vozes de mulheres representadas por entidades, organizações e movimentos sociais, estabelecendo um diálogo entre sociedade civil e órgãos de promoção de políticas para as mulheres municipais, estaduais e do Distrito Federal, além do governo federal. O evento está sob a coordenação do Ministério das Mulheres e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).