Notícia - Manifestação histórica em SP reúne 30 mil e exige de Lula o fim das relações com Israel

A maior manifestação de apoio à causa palestina já realizada no Brasil ocorreu no domingo (15), quando cerca de 30 mil pessoas se reuniram em São Paulo (SP) para exigir o fim do genocídio cometido por Israel em Gaza e que Lula rompa todas as relações do nosso país com os sionistas.

Diversas organizações dos trabalhadores, incluindo a CSP-Conlutas, reuniram-se na Praça Roosevelt, região da República, no final da manhã. Eram centenas as bandeiras palestinas, cartazes e faixas em defesa do povo palestino.

Thiago Ávila, o ativista brasileiro que foi sequestrado por Israel, enquanto fazia parte da tripulação da Flotilha da Liberdade, esteve presente e foi um dos primeiros a discursar no caminhão de som de nossa Central.

“É muito importante que todos se lembrem. O risco que corremos na Flotilha é uma fração muito pequena do que todos os palestinos passam todos os dias”, explicou Thiago diante da multidão.

“O estado de Israel e seu regime de apartheid precisa acabar. Assim como foi na África do Sul, assim como no nazismo e o fascismo precisavam acabar. O mundo inteiro já entendeu que é hora de barrar o genocídio contra o povo palestino”, afirmou. 

A magnitude da Marcha foi vista quando as pessoas ocuparam completamente um dos sentidos da Av. Consolação. Mesmo de cima do caminhão de som era impossível ver o final da passeata.

O discurso mais repetido por todos aqueles que fizeram alguma fala foi o da necessidade do movimento social organizado no país exigir do presidente Lula o rompimento de todas as relações, econômicas, militares e diplomáticas, com Israel.

“Nós estamos com esse grito entalado na garganta”, afirmou Flávia Bischain, integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e membro da oposição da Apeoesp. “Já passou da hora, Lula! Um ano e 8 meses de genocídio!”.

“São 77 anos de ocupação e a transformação de Gaza numa verdadeira prisão à céu aberto. Mesmo nesta situação, o aço e o petróleo brasileiro seguem sendo combustível para a máquina de guerra genocida israelense”, completou.

A manifestação histórica seguiu em direção ao Pacaembu e transcorreu pacificamente. O destino do ato seria a Praça Quinquenário de Israel, porém a Polícia Militar impediu que os manifestantes seguissem rumo ao destino.

 

Protestos no Brasil e em todo o mundo

Outras manifestações ocorreram pelo Brasil, como parte de um chamado global em defesa do povo palestino. Além da capital paulista, foram registrados em capitais como Belo Horizonte, Brasília, Boa Vista, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Outros atos pedindo o cessar-fogo imediato também ocorreram em Londres (Inglaterra), Paris (França), Istambul (Turquia), Barcelona (Espanha) e Bruxelas (Bélgica), além de países como Iêmen, Indonésia, Grécia, Holanda e Chile.

 

Delegação no Egito

A delegação da CSP-Conlutas e demais ativistas brasileiros que se somaram à Marcha Global para Gaza continuam em Cairo, capital do Egito, enquanto a comissão organizadora do protesto ainda decide qual estratégia será utilizada nos próximos dias.

A passeata estava prevista para chegar à fronteira com Gaza no domingo (15), porém o governo do Egito montou diversos checkpoints na estrada impedindo o avanço da mobilização, como foi exigido pelo governo israelense.

Além disso, as forças policiais egípcias reprimiram violentamente dezenas de pessoas de diferentes países que protestavam para seguir viagem rumo a passagem de Rafah. Muitos foram deportados ainda no aeroporto.

Da mesma forma, o Comboio Sumud, que havia partido da Tunísia com destino a Cairo continua barrado na Líbia, em uma região em que a administração do país é realizada por uma milícia com relações com Israel e financiada pelos Emirados Árabes Unidos.

“A gente tentou ir para a cidade de Ismaília, onde nos encontraríamos para começar a marcha, mas o governo montou checkpoints na estrada. Foi uma coisa ostensiva”, explica Herbert Claros do Setorial Internacional da CSP-Conlutas.

“Muitas pessoas sofreram repressão direta. A gente fez uma manifestação em frente ao checkpoint, mas a polícia estava fortemente armada, com cassetetes, armas de fogo. Foi tudo muito ostensivo”.

“Eles impediram que a manifestação acontecesse. Soubemos de pessoas que foram forçadas a entrar nos veículos da polícia contra a própria vontade. Teve caso de policial jogando fora a mala das pessoas. Então, sim, houve muita repressão”, relatou. 

 

Voluntários da Flotilha liberados

Os três voluntários da Flotilha da Liberdade — Marco van Rennes, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi — que ainda estavam sob custódia israelense foram libertados e chegaram à fronteira com a Jordânia.

Acredita-se que nas próximas horas eles poderão voltar para os países de origem saindo do aeroporto jordaniano, uma vez que o espaço aéreo israelense encontra-se fechado devido à guerra promovida pelos sionistas contra o Irã, na sexta-feira (13).


Fonte:  CSP-Conlutas - 16/06/2025

 

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