Os metalúrgicos da Aernnova, empresa do setor aeronáutico localizada na zona sul de São José dos Campos, entraram em greve por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (27). A paralisação responde à recusa da empresa de negociar com o Sindicato uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior.
A Aernnova é uma das maiores parceiras da Embraer em nível mundial.
Em assembleia no dia 16 de maio, os trabalhadores rejeitaram a proposta da fábrica de R$ 5 mil de PLR e aprovaram o envio de aviso de greve. Mesmo com a rejeição, a direção se recusa a continuar negociando com o Sindicato e começou a fazer um processo de assédio coletivo contra os operários, pressionando-os a aceitarem a proposta já rejeitada.
Os metalúrgicos da Aernnova reivindicam PLR de R$ 7 mil, troca da cesta básica por um vale-alimentação de R$ 850 e estabilidade no emprego.
O setor aeronáutico é um dos mais precarizados da categoria, mesmo obtendo altos lucros nos últimos anos. A carteira total de pedidos da Embraer, por exemplo, bateu recorde histórico no primeiro trimestre de 2025.
A Aernnova, por fornecer peças e fabricar empenagens para a fabricante de aviões, é beneficiada por esse crescimento da demanda, mas não repassa os ganhos aos seus trabalhadores.
“Os metalúrgicos não aceitam a proposta rebaixada da empresa e estão indignados com a postura adotada pela diretoria, que assedia o pessoal e não quer negociar”, conta o diretor do Sindicato José Eduardo Gabriel, o Bob.
“Enquanto a direção da Aernnova mantiver essa postura intransigente, a greve vai continuar”, acrescenta.
A Aernnova emprega cerca de 180 pessoas na unidade de São José dos Campos.