Notícia - Trabalhadoras em mina na África do Sul contra humilhação de revistas íntimas

Mulheres trabalhadoras da mina de ouro Kopanang na África do Sul estão realizando manifestações contra o constrangimento das revistas corporais que elas estão sofrendo.

O Sindicato Nacional dos Mineiros (NUM) está condenando o que está ocorrendo na mina de Kopanang.

Mais de 12 mulheres mineiras relataram violações degradantes nas buscas corporais, incluindo serem despidas pela segurança da mina sob o pretexto de procurar ouro roubado. O sindicato acredita que o número seja maior ainda, pois muitos trabalhadores estão com medo de falar e sofrer retaliações, pois aqueles que se manifestaram foram suspensas. Uma trabalhadora foi suspensa depois que se recusou a tirar suas roupas íntimas e abrir as penas durante as revistas.

Além desta humilhação, os trabalhadores estão dizendo que estão longas jornadas de trabalho e não tem permissão para levar alimentos.

O NUM está considerando tomar medidas legais contra a Mina Kopanang e convocar o departamento de recursos minerais para investigar. O sindicato também está se reunindo com a gerência da mina Kopanang e exigindo que desistam das violações.

Em relação sobre as buscas o sindicato afirma que existem tecnologias que podem ser usadas nas revistas corporais que são projetadas de forma a respeitar os direitos dos trabalhadores à privacidade e a dignidade, em vez de os seguranças desnudarem as mulheres que mineram.

Durante a conferência de mulheres NUM em março, a diretora da secretaria de mulher da entidade, disse que eles continuam comprometido “com a luta contra a violência baseada no gênero e o assédio às mulheres mineiras.”

"Não se trata apenas de violações trabalhistas e ou violações de privacidade, mas também de violência de gênero em sua forma mais invasiva e brutal. Trata-se da mercantilização do corpo da mulher em nome da segurança. Trata-se do consentimento silencioso daqueles que se beneficiam de sistemas que permitem tal desumanização. Quando os corpos das mulheres são locais de vigilância, suspeita e violência, não é apenas uma questão de má gestão; é uma manifestação de patriarcado entrincheirado no local de trabalho", escreveu Tania Bowers e Lebo Mncayi-Poloko ex-membros da estrutura feminina NUM no Sowetano.


Fonte:  IndustriALL - 23/05/2025

 

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