Na terceira reunião de negociação da Campanha Salarial, realizada nesta quarta-feira (07), representantes da diretoria plena do Sindicato e lideranças da coordenação de mulheres deram sequência às tratativas de suas pautas específicas com o setor patronal.
O reembolso-creche, uma vez mais, foi cobrado como benefício a ser implementado pelas empresas de ônibus, sob risco de tornar-se “letra morta”. No entanto, as lideranças apresentaram uma reivindicação complementar: a substituição do “reembolso” para “aceite de recibo de cuidador”, atendendo sobretudo as mães que trabalham no período noturno.
A presidente do SPUrbanuss, Sônia Maria Garcia Mistrello, acolheu o pedido, afirmando que será solicitado um estudo de viabilidade nas empresas, levantando a quantidade de profissionais enquadradas nas condições.
O secretário de organização e relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência, Nailton Francisco de Souza (Porreta), pediu ao setor patronal a adequação das empresas de ônibus à Lei 14.457/2022, o “Emprega + Mulheres”, como fomento à contratação de mais mulheres, com valorização, proteção e estímulo ao seu trabalho.
“Já dissemos que esta adequação é benéfica para todos os envolvidos. As trabalhadoras são valorizadas e protegidas, e as empresas ganham incentivos por adotar suas práticas nos locais de trabalho”, ressaltou.
Outra pauta discutida na reunião tratou dos uniformes, em duas frentes: o cumprimento da portaria que garante o uso de saia (integrado ao uniforme) e a mudança da cor da camiseta – hoje listrada – pela em tom azul, como padrão utilizado anteriormente.
O patronal se comprometeu a lançar comunicado às empresas “garantindo o uso das saias”, “sem restrição” pois não existe impedimento na portaria a respeito.
A secretária de assuntos da mulher do Sindicato, Edna Andrade, solicitou o abono das representantes da coordenação de mulheres, “quando convocadas a participar de reuniões e outras agendas organizadas pelo Sindicato”. Pauta esta, que será analisada!
Reconhecimento data-base
Importante ponto ainda em aberto na Campanha Salarial deste ano é o reconhecimento da data-base, em maio, que garante o recebimento de benefícios e demais reajustes de forma retroativa ao final das negociações. Não houve um posicionamento, e o presidente Valdemir dos Santos Soares (Moleque) afirmou que vai exigir seu cumprimento.
Combate rigoroso a todos os tipos de assédio
O setor patronal destacou que as empresas estão se preparando para este trabalho, com a disposição dos chamados “compliances”, que terão a função de receber as denúncias e combater com rigor todos os tipos de assédios (moral e sexual), discriminação e desrespeito às mulheres nos locais de trabalho.
O envolvimento da CIPAA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio), segundo Nailton, alinhada às novas disposições da Norma Regulamentadora (NR-5) pode colaborar de forma efetiva neste processo.
Filhos com deficiência
Na reunião anterior, foi expressada a preocupação das lideranças em relação a falta de efeito prático da cláusula. O patronal, cobrado outra vez, prometeu trazer novidades sobre este importante tema nas reuniões da comissão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.
Atas das reuniões anteriores
O representante do departamento jurídico da entidade, dr. Arnaldo Dantas, pediu as atas das reuniões anteriores para analisar o histórico dos assuntos tratados, aprimoramento de reivindicações pendentes, dentre outras informações.