Notícia - Empresa corta café e põe câmeras para cronometrar tempo de ida ao banheiro

Nesta terça e quarta-feira, 6 e 7 de maio, o Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras de São Paulo realizou assembleias na empresa Cebrace, nas plantas de Jacareí e Caçapava, no interior, para protestar contra duas medidas que têm tirado o sono dos trabalhadores e das trabalhadoras.

A primeira diz respeito ao café da manhã, pois desde o dia 1º de maio, Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras, a Cebrace cortou o café dos trabalhadores que acordam pela madrugada para pegar o transporte e bater o ponto na empresa.

A justificativa é que houve alteração do horário de entrada, de 20 minutos a mais em cada turno e, com isso, simplesmente cortaram o café sem comunicar o Sindicato e os próprios trabalhadores, que passaram a sofrer com a medida, pois muitos tinham esse café como a primeira refeição - considerado fundamental para iniciar a jornada. Agora, muitos estão indo para o chão de fábrica em completo jejum. O direito a esse café da manhã é uma conquista que durava há décadas.

O segundo problema ocorre especialmente na Cebrace em Caçapava, que tem utilizado um sistema de câmeras para vigiar os trabalhadores e as trabalhadoras digno de reality show estilo Big Brother Brasil. Esse intenso monitoramento já ocorria no setor de Armazém, mas a surpresa é que agora também ampliado para as linhas do setor de Recorte.

Com as câmeras instaladas, já se presenciou supervisores cronometrando tempo de banheiro do trabalhador, tendo até mesmo avisos no rádio com perguntas sobre o que o trabalhador estava fazendo. Expondo o mesmo aos demais colegas.

Há tempos que a Cebrace Caçapava usa esse sistema alegando segurança, mas esse monitoramento tem sido usado para jogar pressão nos trabalhadores, que passam a ser observados o todo tempo pela chefia em salas confortáveis e com ar-condicionado.

Tamanho monitoramento gera desconforto, tira o mínimo de privacidade e também pode configurar assédio. No Big Brother Brasil, pelo menos, pagam um bom prêmio em dinheiro para esse tipo de exposição.

O Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras exige que o fim das filmagens sobre os trabalhadores e o retorno imediato do café, conforme aprovado nas assembleias na porta da fábrica, que contou com o apoio da subsede da CUT-SP no Vale do Paraíba e de sindicatos da região.

 


Fonte:   Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras de São Paulo - 07/05/2025

 

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