O boletim elaborado pelo DIEESE em celebração ao Dia do Trabalhador de 2025 aborda análises e propostas para o avanço da justiça social e do desenvolvimento sustentável no Brasil.
Dois pontos se destacam no boletim: a distribuição de renda por meio de uma reforma tributária progressiva e a redução da jornada de trabalho. A publicação analisa conquistas recentes, desafios persistentes e propõe caminhos para superar desigualdades estruturais.
Avanços Recentes e Desigualdade Persistente
Em 2024, o Brasil registrou redução na desigualdade social, impulsionada pelo aumento da renda dos mais pobres, políticas de transferência de renda e valorização do salário mínimo. Ainda assim, a renda média do 1% mais rico foi 40 vezes superior à dos 40% mais pobres. A desigualdade continua sendo um obstáculo ao desenvolvimento sustentável, limitando o acesso ao consumo, à inovação e à geração de empregos.
Reforma do Imposto de Renda: Propostas e Impactos
O governo federal propôs, em 2025, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, beneficiando cerca de 10 milhões de brasileiros. A proposta aumenta a taxação sobre os muito ricos e visa corrigir a regressividade do sistema tributário atual. Entre as medidas adicionais estão:
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Tributação de dividendos e remessas ao exterior
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Desoneração da classe média
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Ampliação da justiça fiscal
As centrais sindicais defendem a atualização anual da tabela do IR, aumento das faixas de alíquota e a revisão de isenções que favorecem os mais ricos.
Redução da Jornada de Trabalho: Uma Luta Histórica e Atual
Desde sua origem, o movimento trabalhista tem como uma de suas bandeiras a redução da jornada de trabalho. Em 2025, os desafios persistem:
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Jornada média de 41h30 semanais
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47% dos trabalhadores atuando mais de 40 horas semanais
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4,9 milhões de subocupados por falta de horas de trabalho
A reforma trabalhista de 2017 flexibilizou normas, ampliando jornadas exaustivas, promovendo o trabalho intermitente e eliminando direitos como o pagamento de horas in itinere. Propostas legislativas em debate buscam:
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Reduzir a jornada semanal para até 36 horas, sem corte de salário
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Regular escalas como 4×3 (quatro dias de trabalho, três de descanso)
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Reverter dispositivos que precarizam as relações de trabalho
Trabalho, Tempo e Justiça Social
A combinação de uma reforma tributária progressiva e a redução das jornadas de trabalho tem o potencial de promover justiça social, melhorar a qualidade de vida e impulsionar o desenvolvimento sustentável. As medidas discutidas no boletim refletem demandas históricas da classe trabalhadora e apontam caminhos para um país mais equilibrado e justo.
Leia aqui o Boletim Especial 1º de Maio