Notícia - 5° Encontro das Mulheres Metalúrgicas do STIMMMESL debate violência de gênero

Cerca de 70 mulheres, trabalhadoras da base do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) refletiram sobre a violência de gênero durante o 5° Encontro das Mulheres Metalúrgicas de São Leopoldo e Região, na tarde de sábado (26), realizado no salão de festas da entidade. A atividade foi marcada pela palestra da “Rompendo o silêncio: violência de gênero e assédios no ambiente de trabalho”, com a advogada trabalhista e consultora, Luciane Toss, momentos de autocuidado com as integrantes do Odara Coworking, oferecimento de serviços das parceiras do STIMMMESL e coffee break. Para as crianças, teve recreacionistas e brinquedos infláveis.

“Todas as mulheres já sofreram violência de gênero, seja psicológica, física, patrimonial, de exclusão, constrangimento, sexual… E tantos outros que são muito mais comuns do que gostaríamos”, iniciou Luciane sob o olhar atento das participantes. “A primeira vez que sofremos essa violência, nós calamos. Não denunciamos e não compartilhamos, geramos solidão e a solidão das mulheres, mesmo entre as mulheres, é uma das mais cruéis”, continuou.

Com exemplos que todas as mulheres se identificam, como a preocupação com as roupas e maquiagens, a palestrante convidou as trabalhadoras para falaram e compartilharem suas realidades e que tem algum ponto de conexão com a realidade de outra mulher. “Todas nós sabemos como é isso, temos essas experiências todos os dias, praticamente. Os homens não tem essas experiências, não se preocupam com o que vestem, pois não serão invadidos ou invalidados pela roupa que estão usando, por exemplo.”

Diante disso, a advogada reforçou a necessidade de reconhecer, enfrentar e transformar a violência de gênero. No contexto histórico, Luciane abordou a divisão sexual do trabalho, reprodutivo e produtivo, que naturaliza algumas profissões não serem para mulheres. “Há um aprisionamento das mulheres dentro, no trabalho reprodutivo, mesmo quando elas trabalham fora, no trabalho produtivo”, contextualizou.

“A gente fala ‘lugar de mulher é onde ela quiser’, mas sabemos que na realidade não é assim, pois somos limitadas no tempo e espaço, muitas de nós não deixam nossas filhas só com homens, deixamos de sair para algum lugar por conta do horário ou por não termos companhia”, exemplificou Luciane.

Ela lembrou que o Brasil ainda não ratificou a Convenção 190, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho. “Toda vez que uma trabalhadora se sentir desconfortável, pode ser assédio, sim. Porém, não é tarefa das trabalhadoras resolver o sexismo no local do trabalho”, reforçou.

Por fim, Luciane informou que há um teste de marcador de feminicídio que está disponível na Internet e divulgou os canais de apoio como as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPAs) e sindicatos; Central de Atendimento à Mulher – Disque 180; Ministério Público do Trabalho e Delegacias da Mulher. Atitudes como anotar as situações, guardar mensagens, prints, bilhetes, conversar com pessoas de confiança também foram elencados como forma de proteção às trabalhadoras e que ajudam em caso de processo judicial.

 

Abertura

Na abertura da atividade, o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi falou da satisfação em receber tantas trabalhadoras no Sindicato.  “Vocês são peças fundamentais na história da nossa entidade. A categoria metalúrgica é formada na grande maioria, por homens e ter dezenas de mulheres metalúrgicas que realizam dupla e tripla jornada para passar a tarde num evento aqui no Sindicato mostra que estamos melhorando e no caminho certo”, disse Valmir.

Tanto na abertura como no encerramento do Encontro, as dirigentes do Sindicato: Erenita Fernandes dos Anjos, Simone Ribeiro Peixoto, Tatiana Santana dos Santos e Sirlei de Moura Vieira reforçaram a importância do apoio das trabalhadoras da base para fortalecer a entidade e incentivar a atuação das mulheres dirigentes. Elas também salientaram que qualquer problema ou situação constrangedora no local de trabalho, elas podem procurar as diretoras sindicais.

Durante o Encontro, as trabalhadoras que estavam na atividade aproveitaram os serviços oferecidos como massagem terapêutica, constelação familiar, tarot e demais terapias que foram oferecidas. A atividade contou com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e após a palestra, o evento encerrou com um bonito coquetel e confraternização entre todas.

O Encontro foi em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, e também ao Dia do Metalúrgico/a, celebrado em 21 de abril.

 

 


Fonte:   STIMMMESL | Editado por: CUT-RS - 29/04/2025


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