Notícia - Gastos de Bolsonaro com cartão corporativo e apontam exageros em hotéis de luxo

Um dia após a primeira quebra de sigilo de 100 anos, imposto pelo governo de Jair Bolsonaro em 65 casos cujos temas são de interesse público – nesta quarta-feira foram divulgadas as visitas recebidas pela ex primeira-dama Michelle Bolsonaro – foram divulgadas informações sobre os gastos do cartão corporativo do Governo Federal durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Ao todo foram gastos R$ 27,6 milhões em despesas e muitas delas chamam a atenção por suas particularidades. O salário do ex-presidente era de R$ 30,9 mil, o que lhe dava plenas condições financeiras para comprar, por exemplo, doces, sorvetes e afins, no entanto era do cartão corporativo que saia o dinheiro - público – para Bolsonaro se satisfazer. Ele gastou mais de R$ 8,6 mil em sorveterias do Distrito Federal.

Os valores não condizem com a retórica de Bolsonaro – de ser um homem de costumes simples. Isso porque os gastos são bem maiores e não se referem apenas à gula do ex-presidente. De acordo com as informações obtidas pelo Estadão, cerca de R$ 13,6 milhões foram gastos em hospedagens em hotéis de alto luxo.

Um deles é o Ferraretto Hotel, no Guarujá, litoral de São Paulo, onde o presidente esteve em férias em períodos como o fim do ano de 2021 e no carnaval de 2022, fazendo passeios de moto e jet-ski, sem cumprir nenhuma agenda oficial e sendo bancado por dinheiro público.

O total recebido pelo estabelecimento soma R$ 1,46 milhão, valor suficiente para bancar oito anos em hospedagem, considerando um valor médio de R$ 500 por diária.

Ainda segundo a lista de gastos com o cartão, há valores que se referem a gastos em padarias. A padaria Santa Marta, no Rio de Janeiro, recebeu em média R$ 18 mil reais por nota emitida, ou seja, por compras feitas no estabelecimento. A maior delas foi de um total de R$ 55 mil reais – em uma padaria. O valor equivale hoje a cerca de 42 salário mínimos gastos em uma única compra.

Chama a atenção ainda a data de um dos gastos, no valor de R$ 33 mill, feito em dia 22 de maio de 2021, véspera de uma motociata realizada pelo ex-presidente e seus apoiadores, já em tom de campanha eleitoral, no Rio de Janeiro.

Outro gasto com hospedagens e alimentação e que também coincide com motociatas bolsonaristas foi feito no Rio Grande do Sul, em julho de 2021, quando foram gastos R$ 166 mil dos cofres públicos.  

Sigilo de 100 anos

O Governo Federal deu início ao cumprimento de um dos compromissos firmados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda durante a campanha, de respeitar a Lei de Acesso à Informação e quebrar o sigilo de 100 anos imposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a vários assuntos de interesse público. Ao todo foram 65 casos como o processo das rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro (RJ), a prisão do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, aliado do clã Bolsonaro, o cartão de vacinação, os gastos do cartão corporativo, divulgados nesta quinta-feira (12) e as visitas recebidas por Michelle Bolsonaro enquanto primeira-dama, divulgadas na quarta-feira (11).

Uma das primeiras ações de Lula após assumir o mandato foi determinar à Controladoria Geral da União (CGU) para que analisasse todos os sigilos em um prazo de 30 dias.


Fonte:  Redação CUT - 12/01/2023

 

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