Insatisfeitos com a reação social e popular que lhes impediu de serem blindados contra investigações e processos criminosos, os deputados tiveram uma brilhante ideia: já que não podemos ser inimputáveis, puniremos os pobres, puniremos o povo, puniremos o país!
A decisão consciente e objetiva de derrubar a MP do IOF que taxaria bancos, bets e bilionários merece nosso rechaço imediato e massivo, tal como foi a revolta contra a malfadada PEC da Bandidagem. Inviabilizar o Governo seja fiscal, seja politicamente mostra o tamanho diminuto das mentes e corações dos desqualificados legisladores. Explicita seu caráter arrogante, autoritário e irresponsável, comprova que defendem somente os muito ricos e convoca à cidadania às ruas.
Não bastasse a mal-disfarçada vendetta, miram a conquista da isenção e desconto no Imposto de Renda – vitória histórica da classe trabalhadora – e a crescente aprovação e popularidade do Presidente Lula, cada vez mais firme no caminho da reeleição. Mesquinharia é pouco pra essa gente de terno e gravata. Na ânsia de levar a luta política às raias da loucura atentam contra a ordem democrática e até mesmo contra o dito liberalismo que tanto gorjeiam.
A reconstrução e recuperação econômica do Brasil é fato inconteste e irrefutável, mas evidentemente – num quadro de aguda crise global nos mais diferentes âmbitos – longe está de ser tarefa conclusa ou repercutir em sólidas melhorias no bem estar e direitos da população. Aliás, o avanço de tema como a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1, a gratuidade do transporte público, o financiamento habitacional e agrário, o investimento em saúde e educação e a inovação científica e tecnológica só são viáveis com a participação da reforma tributária como fator estruturante.
A causa do Brasil e dos brasileiros está novamente sendo posta em xeque. Os jogadores do outro tabuleiro querem o mate. Numa circunstância dessas, ou eles ou nós. A resposta parece óbvia. É preciso recolocar a mobilização geral, ampla, imediata no centro em vez de mirar particularismos ou fantasmas que assombram as cabeças corporativistas. É preciso estar atento e forte. Não temos tempo.