Notícia - Greve dos professores passa de 40 dias e governo federal não dialoga

A greve dos professores e dos demais servidores federais continua crescendo e já passa dos 40 dias sem que o governo retome as negociações e apresente uma proposta ao funcionalismo.
 
Na última sexta-feira, os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul aprovaram, em assembleia, a adesão à greve. Após a reunião, os professores entregaram documento ao reitor com a pauta de reivindicações e o resultado da assembleia.
 
Sem resposta, professores denunciam o descaso com que os profissionais do ensino estão sendo tratados. "Reuniões foram canceladas e nada de concreto nos foi proposto", ressalta Graciela Garcia, professora da Universidade Rural do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional de Greve. "O único posicionamento que recebemos foi no dia 12 de junho, quando nos pediram uma trégua de 20 dias, para no final do prazo apresentarem uma proposta. Mas isso não aceitamos", afirmou.
 
Junto aos funcionários de outras categorias também em greve, os professores organizam uma manifestação em Brasília no próximo dia 28.
 
Entre as categorias dos servidores, o movimento também se amplia. No Rio Grande do Sul, servidores federais da Saúde e do Trabalho iniciaram a paralisação, marcada com uma manifestação em frente ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, em Porto Alegre. De acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência (Sindisprev-RS), Dinara Fraga Del Rio, entre 400 e 600 servidores federais devem aderir à paralisação. A parada é parcial, já que a atividade é dividida com servidores estaduais e municipais, informa.
 
Em Brasília, de acordo com a Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais), já são dez os órgãos com registro de greve, além dos estados Pará, Sergipe, Amapá, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Maranhão, que suspenderam os serviços na Funasa, Incra, Ministério da Saúde, Trabalho e Emprego, Agricultura, Justiça, Funai, Área Ambiental, Cnem, entre outros.
 
"No Incra a greve já atinge 2/3 das unidades em todo o Brasil", afirma a Confederação convocando suas entidades filiadas para que reforcem as assembleias nesta semana.
 
A Condsef está preparando, junto às demais entidades nacionais de servidores, a realização de um acampamento na Esplanada dos Ministérios na primeira semana de julho. "O objetivo é promover uma vigília que consiga obter avanços no Planejamento e apresentação de alguma proposta concreta aos setores mobilizados", afirma a entidade.
 
No último dia 16, o governo cancelou reunião com os professores e alegou que não teve tempo, devido aos acontecimentos da Rio+20.
 
Mesmo com o fim do evento, e a greve passando dos 40 dias, a reunião com os grevistas não foi marcada, continuando os servidores sem proposta. A categoria obteve 0% de reajuste em 2011, nem mesmo a reposição da inflação, e para este ano, a previsão da MP 568/12, em debate no Congresso, é um reajuste de apenas 4% para os professores, perante uma inflação que, nesse período de dois anos fica em cerca de 13%.
 
Para este ano, a previsão também é reajuste 0% e, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sidifisco), não há negociação nem para 2013. A entidade ressalta que "o Governo pretende empurrar os reajustes para 2014".
 
Para o Sindifisco, "de forma cínica e insensata, o Governo menciona pseudodistorções para não cumprir o dever constitucional de reajustar os salários dos servidores". "A cada dia a União lança provas de imprudência ao não promover a valorização devida a cada uma das carreiras". "A falta de investimentos para ofertar melhores condições de trabalho, bem como o descaso às demandas dos Auditores-Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil), é injustificável".


Fonte:  Hora do Povo - 02/07/2012


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