Notícia - Sindicato dos Motoristas quer apuração rigorosa

A diretoria do Sindicato dos Motoristas - SP, se reuniu na terça-feira (16/11) para avaliar o covarde assassinato do diretor de base da entidade, José Carlos da Silva (Irmão da Sambaíba), ocorrido por volta das 20h30 de sexta-feira (12/11). Preocupados com as características dos crimes (disparos de arma de fogo feito por garupa de moto), que desde 2008 já vitimou três pessoas ligadas ao sindicato.


Em 11/01/2008, na cidade de Guarulhos, o assessor da diretoria e presidente da Cooperativa Habitacional dos Trabalhadores em Transportes, Renato de Oliveira foi o primeiro a ser alvejado. No dia 25/10/2010 o diretor de base Sergio Augusto Ramos, foi atingido por seis disparos em frente da garagem de ônibus VIP M’ Boi Mirim, e recentemente, infelizmente perdemos José Carlos.


Por decisão unanime será feito uma campanha por investigação rigorosa e prisão dos responsáveis, para por fim a desmoralização promovida por setores da imprensa, que insiste em dizer que a entidade é ‘Sindicato do crime’, por ter acontecido 14 mortes entre 1992 a 2010, destes, seis eram diretores do sindicato, sendo que alguns casos já foram desvendados e punidos os criminosos.


O mais estranho é que em plena democracia sindicalista são perseguidos ao serem denunciados indevidamente, sem espaço para se defenderem. Aquilo que era para ser tratado com a seriedade exigida devido à gravidade dos últimos acontecimentos – assassinato de diretores do Sindicato dos Motoristas – SP – infelizmente não o é, pois o promotor responsável pelas denúncias se comporta mais como um ator ao ver os holofotes da mídia.


Desde 2009, que a Promotoria investiga desvio de verba pública de R$ 350 milhões, referente mensalidade de assistência médica. A própria Secretaria Municipal dos Transportes (SMT) já informou que, em 2002, o valor de até R$ 50,00 para subsidiar o plano de saúde dos trabalhadores (motoristas, cobradores e outros) passou a fazer parte da composição dos custos de remuneração das empresas de ônibus urbano da capital.


Ou seja, a contratação das empresas de prestação de serviços de saúde e respectivos pagamentos são de responsabilidade “exclusiva” do Sindicato das Empresas (SP-URBANUSS), sem qualquer interferência da SMT e do Sindicato dos Motoristas – SP, que por força da Convenção Coletiva tem a função de apenas fiscalizar a qualidade dos serviços prestados e o atendimento aos trabalhadores (as) e seus familiares.


De acordo com o presidente da entidade Isao Hosogi (Jorginho), desde a conquista do benefício na Campanha Salarial de 2002, referente o plano de saúde, a Prefeitura de São Paulo jamais repassou qualquer valor ao sindicato dos trabalhadores. “Os contratos de assistência médica, são firmados entre as empresas de ônibus e as empresas de plano de saúde”, disse.


Segundo (Jorginho), a impunidade e as deficiências por falta de um Plano Nacional de Segurança Pública, que capacite as polícias para o uso de dados na investigação em bases científicas e racionais, que revise as leis penais para acabar com a impunidade, entre outras ações, seria o caminho a ser trilhado para ajudar na elucidação da maioria dos crimes que acontece no país.


Na opinião de Claúdio Beato, sociólogo e coordenador do Centro de Estudos e Criminalidade em Segurança Pública da UFMG, em alguns Estados temos policiais em situação de calamitosa do ponto de vista do controle e da eficiência. “Algumas corporações mantêm tristes recordes de letalidade e corrupção, bem como baixo grau de solução dos crimes”, disse.


Como propostas ele defende a Reforma das Polícias; uma Dotação Orçamentária Federal para a Segurança Pública; a Revisão Ampla e Profunda das Leis Penais e a Formação de Massa Crítica na Segurança Pública. ”O Brasil merece uma consolidação de agenda para a Segurança Pública em patamares muitos, superiores aos que temos hoje em dia. Não se trata apenas de gastar mais com segurança, mas também de gastar melhor”, pondera.


Fonte:  Nailton Francisco - Sindicato dos Motoristas de São Paulo - 19/11/2010


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