Notícia - Manifestantes são agrdidos por PM em protesto na USP

Ao menos cinco manifestantes ficaram feridos, e um deles foi detido, na manhã desta sexta-feira (29), após serem agredidos por policiais militares durante protesto contra medidas políticas e econômicas, perto da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste da capital. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).

Um vídeo feito pelo sindicato e obtido pelo G1 mostra a abordagem da Polícia Militar (PM) aos manifestantes . Nas imagens, um estudante é detido pela polícia e uma manifestante tem a bolsa tomada por um policial. Ao resistir ela tenta atingir o policial com um guarda-chuva, mas em seguida leva um jato de spray de pimenta no rosto. Na sequência, um PM lhe dá uma rasteira, que a desequilibra. E quase no mesmo instante outro policial lhe dá um soco no rosto. A mulher cai na rua e os policiais se afastam.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o titular da pasta, Alexandre de Moraes, mandou afastar o PM que aparece atirando para fora da viatura, "pois o procedimento em questão foi totalmente irregular".

"Preliminarmente, foram utilizados os meios necessários para que o cruzamento não fosse fechado pelos manifestantes. No entanto, a conduta posterior dos policiais será objeto de apuração", acrescenta a nota.

A manifestante é uma estudante de Letras da Universidade de São Paulo (USP) e tem 24 anos, informou uma colega que a acompanhou ao Hospital Universitário. Aluna de geografia da USP, a colega pediu para que nenhuma das duas fosse identificada. "Ela está um pouco em choque, não se lembra bem do que aconteceu", disse.

De acordo com essa amiga, de 21 anos, a jovem agredida pelos PMs bateu a cabeça no chão após cair e ficou com o olho roxo. Ela fez uma radiografia no hospital e deixou o local antes do resultado do laudo. Em seguida, foi ao 34º DP (Vila Sônia) prestar depoimento, informou o sindicalista Marcelo Pablito, um dos diretores do Sintusp.

Ele disse que a PM usou balas de borracha, bombas de gás e de efeito moral, sprays de pimenta, cassetes e ainda desferiu socos e pontapés contra os manifestantes. Pablito afirmou que o sindicato ainda vai avaliar se registra boletim de ocorrência sobre o episódio de agressão.

No momento do confronto entre policiais e manifestantes, cerca 300 pessoas caminhavam da Avenida Alvarenga, em frente ao portão principal da USP, em direção à Rodovia Raposo Tavares. O levantamento havia sido feito pela PM às 8h. 


Barricadas de pneus com fogo haviam sido colocadas pelo grupo que protestava nas ruas próximas.

Imagens da TV Globo mostram policiais atirando e jogando artefatos explosivos em direção a um grupos de pessoas durante o conflito. Numa das cenas, um policial militar aparece com metade do corpo para fora do carro da viatura atirando contra pessoas.

Repressão


O Sintusp divulgou nota repudiando a ação da PM (leia na íntegra abaixo). Nela, os sindicalistas relataram que protestavam no portão da USP, como parte do dia nacional de paralisação contra medidas provisórias, e contra demissões e corte de verba para a universidade, quando fomos atacados por policiais no momento que se dirigiam à Rodovia Raposo Tavares.

"A PM descumpriu o que combinamos com ela, que era acompanhar a nossa caminhada do portão da USP à rodovia", afirmou Pablito. "Houve repressão duríssima da polícia, que machucou mulheres, estudantes e trabalhadores da universidade".

De acordo com o Sintusp, o estudante detido pela PM foi levado para uma delegacia da região. “Estamos indo para o distrito policial para saber por que ele foi detido e tentar liberá-lo”, disse Pablito. "O rapaz ficou ferido pela truculência dos policiais".

Veja a nota do Sintusp

"Na manhã de hoje, 29/5, estudantes e trabalhadores da USP realizamos uma manifestação, como parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, convocado por diversas centrais sindicais, com manifestações em todo o país, contra a terceirização, a retirada de direitos trabalhistas e sociais e o ajustes fiscal dos governos.

A manifestação ocorria pacificamente, quando a força policial reprimiu duramente o ato, atirando bombas, balas de borracha e gás lacrimogêneo e agredindo dezenas de estudantes e trabalhadores, deixando vários feridos, entre eles duas mulheres espancadas, uma funcionária, e uma estudante que foi socada no rosto, jogada no chão e pisoteada pelos policiais.

Neste momento a polícia mantém detido um estudante do curso de Ciências Socais da USP, por participar do ato, criminalizando a manifestação. Ele está sendo levado agora do hospital, com a cabeça enfaixada em função dos ferimentos causados pela polícia, para o 34º DP.

Publicaremos gravações e imagens da violência policial em nossas redes sociais.

Denunciamos a repressão policial e exigimos a imediata libertação do estudante detido de forma arbitrária por motivos políticos.

Diretoria Colegiada Plena do Sindicato dos Trabalhadores da USP"


Fonte:  Kleber Tomaz e Felipe Tau/G1 - 29/05/2015


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