Notícia - Grevistas barram saída de ônibus de garagem e causam confusão em MT

Motoristas do transporte coletivo de Cuiabá e representantes do Sindicato dos motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres (STETT/CR) se envolveram em um conflito na tarde desta quinta-feira (28), no pátio de uma empresa do setor, por conta da greve deflagrada desde o início da manhã. Alguns funcionários tentaram sair com os ônibus e foram impedidos pelo sindicato, o que foi necessário acionar uma equipe da Polícia Militar, no local.

A confusão se deu diante do cumprimento da liminar, concedida pela desembargadora Maria Beatriz Theodoro Gomes, que determinou que seja mantido em atividade 70% da frota nos horários de pico (05h30 às 9h; das 11h às 14h; e das 17h às 20h), e 50% nos demais horários sob pena de multa diária de R$ 30 mil, caso seja descumprido essa determinação. A ação é do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano do Estado de Mato Grosso (STU).

“Na verdade, estamos com o intuito de proteger os motoristas porque nesse momento não temos 70% da frota para rodar na cidade. Se apenas 10 ou 20 deles começarem a trabalhar, podem ser apedrejados ou sofrer algum tipo de risco perante a população. Todos têm direito de ir e vir e não bloqueamos a saída deles. Apenas estamos explicando a situação”, enfatizou Niltinho de Assunção, representante do sindicato.

Alguns dos motoristas alegam que são favoráveis a manutenção da liminar até que o impasse judicial seja resolvido e que a categoria seja atendida nas reivindicações.  Atualmente o salário dos motoristas é de R$1,8 mil e a categoria pede o reajuste para R$2 mil, o que representa um aumento de 11,11%. O sindicato também reivindica aumento no valor da gratificação paga junto ao salário, de R$ 220 para R$ 250, além disso, cobram o aumento do ticket alimentação de R$100 para R$150 e 10% de aumento no salário dos trabalhadores do setor administrativo.

A STU ofereceu até o momento o reajuste do salário dos motoristas para R$2 mil, o pagamento de R$120 de ticket alimentação e 8,5% de aumento para os demais trabalhadores. A proposta foi rejeitada pela categoria na assembleia realizada na última terça-feira (26) dia também onde a categoria decidiu pela greve.

O presidente da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), Ricardo Caixeta, esteve no pátio da Pantanal Transportes, onde ocorreu a discussão entre motoristas e sindicalistas, ocasião em que pediu aos trabalhadores para que voltassem a circular com os coletivos, mantendo 70% da frota nas ruas. “Não adianta uma postura radical quando se tem uma decisão judicial para cumprir. Não podemos deixar a população do jeito que está”, declarou ao destacar que 90% dos ônibus na Grande Cuiabá permaneceram nas garagens das empresas.

O sindicato não informou se vai ou não suspender a greve. Uma reunião deverá ser realizada ainda nesta quinta-feira pela categoria para discutir o assunto. Existe quatro empresas que são responsáveis pelo transporte de passageiros nestas duas cidades incluindo a frota municipal e intermunicipal. A jornada de trabalho dos motoristas é de 7 horas por dia 6 dias por semana. Segundo o presidente do STETT/CR, Ledevino da Conceição, aproximadamente 1,3 mil motoristas atuam nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande.


Fonte:  Kelly Martins/G1 - 29/05/2015


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