Notícia - Sindicato realiza assembleia na porta da Mercedes e ameaça greve

Os trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo vão fazer nova mobilização a partir de hoje, para tentar reverter as 500 demissões de funcionários em lay-off (com contrato de trabalho suspenso temporariamente) anunciadas pela montadora a partir do dia 1º de junho. Existe a possibilidade de deliberar greve.

Após reunião com cerca de 600 afastados ontem à tarde, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Moisés Selerges disse que haverá assembleia na porta da fábrica, às 9h, para decidir os rumos do movimento. Uma das ideias que deve ser apresentada é de paralisações por áreas e o acampamento do pessoal nas proximidades da companhia. “Vamos discutir isso junto com eles”, afirmou o dirigente.

Segundo trabalhadores, o clima é de apreensão na fábrica. “Muitos são pais de família e temem não arrumar outro emprego caso sejam demitidos, em meio a esta crise”, disse um deles, sem se identificar.

“O que a gente acha é que a empresa precisaria ter mais paciência, ainda mais porque há indícios de que o governo vai anunciar o PPE (Programa de Proteção ao Emprego)”, acrescentou Selerges. Trata-se de sistema inspirado em experiência alemã que reduz jornada e salários por até dois anos nas empresas, em momentos de crise econômica.

Os trabalhadores suspensos também receberam do sindicato a orientação de não comparecem ao departamento de recursos humanos na sexta-feira. A empresa enviou a 500 dos que estão em lay-off – ao todo, são 715, mas parte deles, cerca de 215, possui estabilidade, por ter doença profissional e vai permanecer afastada até 30 de setembro – carta para se dirigirem ao RH nesse dia, em que dizia: “Considerando a atual situação e sem qualquer possibilidade de seu retorno ao trabalho, a Mercedes-Benz do Brasil informa que seu contrato de trabalho será rescindido no dia 1º”.

Selerges cita que o PPE seria alternativa para superar o momento de crise do mercado nacional – em que as vendas de caminhões estão 39,2% menores no quadrimestre na comparação com igual período de 2014 –, até que a economia se recupere. Isso, segundo ele, seria importante para os funcionários, que não ficariam sem emprego, e seria uma forma de a companhia não perder mão de obra que recebeu muitos investimentos em treinamento. Vale lembrar que a Mercedes disse que tem, além dos 715 suspensos, outros 1.750 excedentes, para os quais não haveria trabalho atualmente na fábrica.  


Fonte:  Leone Farias/Diário do Grande ABC - 27/05/2015


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