Notícia - Operários cearenses fazem passeatas por reajuste salarial de 14%

Trabalhadores da construção civil de Fortaleza e da Região Metropolitana farão durante toda a semana passeatas pelas ruas da capital para reivindicar um reajuste salarial de 14%. Eles também querem o pagamento de cesta básica de R$ 130, além de plano de saúde, auxílio-combustível, auxílio-creche, garagem de veículos para os trabalhadores e a criação de uma cota de 5% de mulheres nos canteiros de obras.

Pela manhã de ontem (26), os trabalhadores caminharam pela Avenida Treze de Maio mobilizando profissionais dos vários canteiros de obras existentes nas proximidades da via. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza estima que a passeata reuniu pelo menos 1,2 mil pessoas. A passeata têm sido promovida diariamente pelas ruas da capital cearense por duas horas e seguem até quinta-feira (28).

Na sexta-feira (29), está prevista a realização de nova mesa de negociação com representantes do Sinduscon-CE. Caso não haja avanço, os trabalhadores não descartam uma greve geral a partir da próxima semana.

A proposta do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE) é de reajuste de 7,68% no salário e na cesta básica, que passaria de R$ 90 para R$ 96,90. Segundo o vice-presidente da área trabalhista do Sinduscon, Fernando Pinto, o percentual é referente a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “A atual conjuntura econômica está muito adversa, com pagamentos de obras públicas atrasadas e problemas de vendas no setor imobiliário. Nesse cenário, não é possível fazer mais do que isso.”

O secretário de Finanças do sindicato dos trabalhadores, Roberto Santos, defende a proposta apresentada. “O reajuste de 14% está dentro da realidade. O cálculo foi feito com base em dados do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos]. Nunca na história do Brasil os empresários da construção civil ganharam tanto dinheiro. Agora, por causa da inflação alta, eles querem dividir a miséria”, afirmou.

Com a possibilidade de greve, o Sinduscon-CE prevê que haverá atraso no andamento das obras. O sindicato dos trabalhadores, por outro lado, diz que os empresários querem usar esse argumento para justificar atrasos que já existem. “As obras já estão atrasadas por irresponsabilidade delas [das construtoras] e a grande maioria não obedece nossa convenção coletiva de trabalho, que estabelece a jornada de trabalho de segunda-feira a sexta-feira, até as 17h.


Fonte:  Edwirges Nogueira/Agência Brasil - 27/05/2015


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