Os professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, decidiram paralisar as atividades até quarta-feira (6). A decisão foi tomada pela maioria dos servidores em assembleia realizada nesta segunda-feira (4).
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol/Aduel), a categoria decidiu fazer a paralisação em protesto contra a ação policial registrada no dia 29 de abril, no Centro Cívico de Curitiba. Mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo a maioria professores.
"Não há condições emocionais para os professores voltarem às aulas após o que aconteceu em Curitiba. Por isso, os professores decidiram fazer essa greve de três dias, em protesto contra as cenas lamentáveis que ocorreram contra os servidores", diz a diretora do Sindiprol/Aduel, professora Silvia Alapanian.
Durante a assembleia, os servidores aprovaram também um indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de 1º de junho, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas na data-base.
Uma nova assembleia será realizada na quarta-feira para decidir os rumos da paralisação. Cerca de 17 mil alunos ficarão sem aulas na UEL nestes três dias.
Funcionários técnico-administrativos em greve
Já os funcionários técnico-administrativos do Hospital Universitário (HU) e do campus universitário estão em greve desde o dia 27 de abril, definida em assembleia.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da UEL (Assuel Sindicato), os servidores também são contrários à lei que fez alterações na ParanaPrevidência, e pedem a contratação de mais de 200 servidores da UEL, além do pagamento dos recursos devidos pelo Estado para o funcionamento da universidade.
Por causa da greve dos servidores técnico-administrativos, o atendimento do HU está restrito desde sexta-feira (1º). Apenas serviços de urgência e emergência encaminhados pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) são atendidos no local.
A direção do HU orienta a população para que evite procurar o pronto socorro do hospital. Durante o período de greve, pacientes que já se encontram internados aguardando cirurgias eletivas serão atendidos prontamente. Segundo a administração do hospital, não estão previstas novas internações ou cirurgias eletivas.
Secretário de Segurança lamenta ação da PM
“Não tem justificativa. Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos. Nada justifica lesões, vítimas, de ambos os lados”, afirmou o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, durante entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (4).
A coletiva foi convocada para ele falar sobre a ação policial da quarta-feira (29) que terminou com mais de 200 feridos, sendo a maioria professores. Além disso, o coordenador da Área de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, Wagner Mesquita, exibiu vídeos que mostrariam, segundo ele, a ação de grupos organizados para tumultuar o protesto dos professores.