Manifestantes e representantes de movimentos populares e de centrais sindicais participaram de três atos manhã desta sexta-feira (1ª), em Aracaju, para celebrar o Dia do Trabalhador e contra o projeto de Lei de número 4330/2004. O projeto de lei regulamenta a terceirização de mão de obra permitindo que empresas contratem trabalhadores para exercer qualquer função.
O primeiro deles foi realizado no Conjunto Orlando Dantas,na Zona Sul da capital, onde os manifestantes seguiram até o Bairro Santa Maria. “Nós estamos fazendo uma grande aliança do campo com a cidade, onde levamos uma pauta bem plural, mas com foco, mais uma vez na PL 4330”, explica um dos dirigentes da CUT, Rubens Marques.
Para a diretora do Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu), Dalva Angélica, a prioridade é a luta pelo direito de moradia. “Nós somos um movimento que lutamos pelo os direitos dos trabalhadores. E moradia é um deles”, explicou. Já o coordenador estadual do MST, Gileno Damasceno reforçou que a reforma agrária deve ser defendida por toda sociedade .“A luta da reforma agrária não pode ser uma luta apenas do MST. Essa é uma luta unificada da sociedade brasileira”, destacau.
O Sindicato dos Professores de Sergipe também aderiu ao ato e destacou a situação atual da educação sergipana. “Esse é um ano especial de luta por nós estarmos contra esse PL 4330, que precariza o trabalho no país”, disse o representante do Síntese, Roberto Silva.
Articuladora do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Nívia anjos, enfatizou a escravidão no seu discurso enquanto se juntava aos manifestantes. “A gente está próximo de importantes conquistas. Então nós não podemos permitir esse retrocesso que é o projeto de terceirização. Deixando de lado as formas análogas ao trabalho escravo”.
O projeto de Lei 4330 foi destacado como bandeira de vários sindicatos. “Viemos dar apoio aos trabalhadores porque essa PL não vem trazendo benefício nenhum para a classe”, disse o presidente do Sindicato dos trabalhadores das Indústrias de Prospecção de Minério, Volnei Elisiário. O Sindicato do Poder Judiciário de Sergipe se somou a causa. “A gente sempre se soma com os trabalhadores. Em especial ao momento que os trabalhadores estão correndo risco”, disse o presidente Ivan Santos.
De acordo com o presidente da CUT, a marcha reuniu cerca de 2 mil pessoas. A polícia militar destacou que não foi informada de nenhuma manifetação em Aracaju e que por isso não apresentaria números relacionados a esses eventos.Mais manifestações
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União dos Trabalhadores (UGT) também realizaram um ato na Praça da Juventude no Bairro Farolândia, em Aracaju. “ Achamos que os trabalhadores precisam melhorar a sua consciência politica eles já fazem uma luta sindical, mas é preciso ter uma consciência maior na hora de escolher os nossos representantes. Estamos lutando pela defesa da democracia, da Petrobras, dos direitos trabalhistas e contra o projeto de terceirização”, disse o presidente da CTB, Edival Góis .
“É essencial a gente vir as ruas até porque temos que manter o dialogo com o povo em geral com os trabalhadores em um dia de reflexão, mas também um dia de luta que temos algumas medidas que estão tramitando no congresso, temos a terceirização que rasga a CLT e acaba com a conquista da classe trabalhadora”, destacou o coordenador da UGT Ronildo Almeida.
Segundo os organizadores, o ato no Bairro Farolândia reuniu cerca de 1.000 pessoas. E funcionou como uma festa para as classes trabalhadoras comemorem o seu dia.
Os partidos de esquerda e movimentos sociais da juventude fizeram uma caminhada no Bairro Industrial, na Zona Norte de Aracaju. E destacaram através de faixas e cartazes que lutram contra a tercerização, são a favor da redução jornada de trabalho sem redução de salário e a suspensão da dívida pública.
"Estamos aqui para relembrar todas as lutas da classe trabalhadora. E não estamos apenas para festejar, mas sim para protestar contra medida provisórias do governo", destacaou a presidenet do PSOL em Sergipe Sharlene Prada.
O Movimento Não Pago também aderiu a caminhada ."Nós viemos abordar alguns problemas vivenciados pelo Bairro Industrial, além do foco principal que a tercerização da classe tralhadora", disse o coordenador do Movimento Não Pago,Flávio Marcel.
Segundo os organizadores, a caminhada pelo bairro reuniu mais de 200 pessoas.