Notícia - BA: Em protesto, rodoviários param ônibus após morte de cobrador

Os rodoviários de Salvador paralisaram as atividades na tarde deste domingo, 19, por conta da morte do cobrador Everaldo de Oliveira Silva, 62 anos. Ele estava internado no Hospital Teresa de Lisieux, na Avenida Antônio Carlos Magalhães, no bairro do Itaigara, após ter 75% do corpo queimado durante um protesto na Ribeira, no último dia 3.

O sepultamento do corpo do cobrador ocorreu no Cemitério Campo Santo, na Federação, na tarde deste domingo, às 16h30, momento em que os rodoviários iniciaram o protesto.

Dezenas de ônibus foram estacionados nas vias que dão acesso ao cemitério e deixaram o trânsito bastante congestionado e os pontos cheios. Até as 18h40, os rodoviários continuavam em frente ao cemitério e o engarrafamento chegou até a Escola Politécnica da Ufba.

Depois do sepultamento, os ônibus voltaram a circular normalmente, segundo Roque Messias, diretor da Associação de Comissão de Transparência da União dos Rodoviários da Bahia (ACTURB). Apenas os veículos que rodam na Ribeira foram recolhidos para as garagens. A situação só começou a ser regularizada por volta das 19h.

O Sindicato dos Rodoviários negou que uma nova paralisação seria realizada nesta segunda-feira, 20, pelos dissidentes da entidade, conforme informações que circularam nas redes sociais neste domingo.


Problemas

A paralisação causou uma série de transtornos para a população. Torcedores do Bahia foram alguns dos afetados. Após a partida deste domingo, por volta das 18h, na Arena Fonte Nova, os ônibus não circularam, o que gerou reclamações dos torcedores.

"A população é que sofre com isso. Esse tipo de paralisação deve ser comunicada com antecedência", disse o encanador Adelson Mendes, 51, que esperava um ônibus após a partida.

Na Estação da Lapa, dezenas de ônibus começaram a parar por volta das 17h. Com os veículos enfileirados, houve congestionamento no entorno do terminal, principalmente na avenida Vasco da Gama. Um longa fila também se formou na ladeira do Cemitério Campo Santo, na Federação, onde ocorreu o sepultamento.

Na Estação Mussurunga, a situação foi a mesma. No local, membros do Sindicato dos Rodoviários orientavam os motoristas que seguiam na avenida Paralela a entrar no terminal e suspender as atividades. Uma longa fila de veículos se formou na entrada da estação.

Os passageiros tiveram que descer dos ônibus para esperar que o serviço fosse normalizado. A paralisação afetou quem estava indo trabalhar ou voltava para casa após o serviço.

Os veículos que fazem o transporte intermunicipal, no entanto, continuaram rodando normalmente. Mesmo com a paralisação, foi possível encontrar ônibus que fazem linha para Lauro de Freitas, Camaçari e Simões Filho, por exemplo.

Um destes veículos parou na Estação Mussurunga e logo uma fila de passageiros se formou para entrar no ônibus. Um deles foi a funcionária pública Graça Fahel, que tentava voltar para casa, no Imbuí.

"Acho uma falta de respeito uma paralisação em pleno domingo e ainda pegando as pessoas de surpresa", reclamou ela. Muitas pessoas que voltavam da praia também foram supreendidas. Na Lapa, alguns ônibus intermunicipais ficaram impossibilitados de sair por conta da fila de veículos.

Usuários do sistema de transporte coletivo concordavam com o protesto. "Ele estava trabalhando, não tinha nada a ver com a situação", disse o aposentado  Reginaldo Oliveira, 70. A produtora cultural Michele Maia, 29, opinou que as pessoas estão "perdendo o senso de justiça. A sede de Justiça acabou fazendo uma injustiça".


Fonte:  Luan Santos e Andrezza Moura/A Tarde - 20/04/2015


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