Em greve há 33 dias, os professores da rede estadual de São Paulo realizam uma nova assembleia para votar a continuidade da paralisação nesta sexta-feira (17). O encontro está marcado para as 14h em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista.
Depois, os docentes farão uma manifestação, marchando pela avenida 23 de Maio até a Secretaria de Educação do Estado, na região central da capital.
Justas reivindicações
Em greve desde 13 de março, os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.
O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.
O sindicato alega que a Secretaria de Estado da Educação acenou com 10,5% de aumento para apenas 10 mil professores que se saíram bem em uma prova, ignorando outros 220 mil profissionais da rede.
Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), presidente Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), diz que o reajuste de 45% foi, na realidade, equivalente a aumento de 26% do salário. “O governador Geraldo Alckmin juntou um reajuste de 26% com o pagamento de gratificações, que, por Lei, não deve ser considerado como parte do salário. Tudo isso para falar que deu 45% de reajuste”, afirmou a dirigente.
Ela afirma que desde 1998, quando foi instituído o plano de carreira dos professores estaduais, a categoria não tem reajuste de salário real. “De lá para cá, tivemos perdas salariais e um aumento nominal, não real, de salário. O reajuste sequer cobre a inflação do período. Faz um ano que estamos debatendo o reajuste previsto no PNE”.
Pressão
Os docentes ocuparam o plenário Juscelino Kubitschek da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) entre esta quarta (15) e quinta-feira (17). A intenção do ato foi fazer pressão para que seja marcada reunião de negociação com o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Há uma reunião marcada para o dia 23 com o secretário de Educação, Herman Voorwald, e os grevistas. Mas, ainda assim, a categoria pede urgência no encontro e diálogo direto com o governador.
Para Francisca Pereira, a postura intransigente do governo e a falta de valorização enfrentada pela categoria dificulta o avanço das negociações. “Há uma desvalorização muito grande por parte do governo do estado, que envolve baixos salários, longas jornadas de trabalho e falta de equipamento. É a precarização das condições de trabalho que continuam”, concluiu a cetebista.