Cerca de 300 professores da rede estadual de ensino, em greve desde o dia 13 de março, passaram a madrugada desta quinta-feira (16) acampados nas dependências da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na região do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
Eles revindicam aumentos salariais de 75%, que visa equiparar o piso salarial dos professores com o de outras categorias com formação superior. Atualmente, o piso dos professores é de R$ 2,415,89.
De acordo com Márcio Barbio, diretor da Apeoesp, sindicato que representa a categoria, a ocupação do local foi votado em assembleia realizada na semana passada pelos professores.
A ocupação foi uma medida de força tomada pela categoria e faz parte das atividades da greve. O acampamento foi votado na semana passada e tem objetivo pressionar o governo a negociar com a categoria", afirmou Barbio. Os professores votam na tarde de hoje se vão permanecer acampados na Alesp.
Os professores estão na assembleia desde a tarde desta quarta-feira (15), quando participaram de uma audiência publica com os deputados. A audiência foi promovida pelo deputado João Paulo Rillo (PT), que ressaltou que o Legislativo não pode se omitir diante da greve da categoria e deve atuar para abrir canal de negociações com o governador.
Barbio, do sindicato, disse ainda que os deputados se comprometeram a intermediar uma reunião entre os grevistas e o governo. A próxima reunião entre representantes do sindicato e do governo está agendada para o próximo dia 23. Nesta sexta-feira (17), os professores vão realizar uma assembleia no vão livre do Masp para deliberar sobre o futuro da greve.
Outro lado
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que continua disposta a negociar com o sindicato e "lamenta a insistência da entidade em uma greve partidária, desnecessária e com baixa adesão".
Segundo calculos do governo, 91% dos professores não aderiram à greve. De acordo com os últimos calculos do sindicato, 64% dos professores do Estado estão em greve.
A pasta informou ainda que deu 45% de aumento para os professores nos últimos quatro anos, "sendo 21% de aumento real", informa nota. "Além disso, o Governo de São Paulo decidiu pagar neste ano R$ 1 bilhão em bônus por merecimento, o maior da história", completa.