Taxistas de Mogi das Cruzes reclamam que os assaltos estão se tornando rotina. Em quinze dias foram sete casos e, segundo eles, grande parte foi cometida por um único suspeito, que ainda não foi identificado.

O taxista, que não quis se identificar, diz que lembra bem como o criminoso era. “Ele era branco, tem cerca de 1,80 metros, nariz fino, cabelo curto. Deve ter mais de 30 anos”. Foi o primeiro assalto da carreira do taxista, que só tem seis meses.

Na última sexta-feira (27) à noite, o que mais chamou atenção foi a tranquilidade do assaltante depois de mostrar a arma.“Levou o celular e o dinheiro. Teve calma para retirar todos os documentos da carteira e abandonou meu carro no centro da cidade”, disse a vítima.

O taxista conseguiu recuperar o veículo. Colegas dele, que trabalham também no Mogilar e no Centro, dizem que o autor desse roubo é o mesmo de outros parecidos.

Segundo eles, o assaltante geralmente pede para ser levado até um condomínio de casas no Parque Residencial Itapeti, em Mogi das Cruzes. Por estar sempre bem arrumado e parecer ser morador de uma área rica da cidade,  tem conseguido enganar taxistas. As vítimas contam que ele revela quem realmente é perto do local. Só que para não ficar visado, ultimamente ele pode estar pedindo por um outro destino: o hospital Luzia de Pinho Melo, no Mogilar.

A informação chegou até o sindicato da categoria que diz que sete assaltos a taxistas foram feitos só nos últimos quinze dias, e a suspeita é de pelo menos cinco deles tenham sido praticados pelo bandido que pede para ir para o condomínio ou o hospital. O presidente do sindicato da categoria diz que deixou um ofício na Secretaria Municipal de Segurança pedindo providências e um outro em que faz um pedido para a Polícia Militar. 

“Para o comando do 17º Batalhão pedimos para que a PM inicie a Operação Táxi, com a abordagem destes veículos para passar mais segurança para os profissionais. Já para a Secretaria de Segurança de Mogi pedimos ajuda para o monitoramento por câmera”, afirmou Sandro Manforte, presidente do Sindicato dos Taxistas de Mogi.

Este taxista nunca foi assaltado, mas diz que vai ajudar e investir mais de R$ 1.000 em um sistema de câmeras de monitoramento no ponto que trabalha no centro. “Não temos a característica exata do suspeito, ficamos com medo”, afirmou o profissional que não quis revelar o nome.

Sobre o pedido de câmeras de monitoramento nos pontos de táxis, a Secretaria de Segurança de Mogi das Cruzes afirmou que o presidente do sindicato da categoria será convidado para uma reunião nos próximos dias. A ideia é que a entidade possa detalhar a proposta e a administração vai verificar a viabilidade técnica de instalação.

Já a capitão da Polícia Militar Lígia Alves dos Santos Silva informou que a corporação recebeu três boletins de ocorrência relacionados a assaltos e que a PM já está tomando providências. “Já estamos direcionando policiamento para conter os delitos. Estamos trabalhando numa ação conjunta com a Polícia Rodoviária, uma vez que as vias de fuga são as estradas e os limites do município. A ação constante da polícia, estamos intensificando dado o número de casos”.