Notícia - Hospital não deposita FGTS e situação de empregados vai à Justiça

A crise financeira do Hospital São João de Deus (HSJD), em Divinópolis, atingiu o setor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foram fechados dez leitos e funcionários foram demitidos. No Sindicato dos Enfermeiros e Empregados em Hospitais, Casas de Saúde, Duchistas e Massagistas (Sindeess), foram agendadas 29 rescisões de funcionários da unidade. Mas, o acerto terá de ser feito na Justiça. Ao calcular o valor que os empregados teriam direito a receber, a diretoria do sindicato descobriu que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não estava sendo depositado. O hospital alega que faltam repasses por parte do governo federal.

"Já faz quase dois anos que o FGTS de todos os trabalhadores do São João de Deus não é depositado. O sindicato não pode assinar uma rescisão de contrato sendo que não está sendo pago o fundo de garantia. Esse procedimento dificulta a vida do trabalhador, porque vai para a Justiça, que leva de dez a 15 dias para chamar o funcionário e fazer o acerto", disse a presidente do sindicato, Denísia Aparecida Silva.

De acordo com a assessoria de comunicação do HSJD, foram 17 demissões e outros 12 funcionários pediram para sair. A maior parte era do setor administrativo. O motivo, ainda segundo a assessoria, é a reestruturação no sistema gerencial.

Por causa de uma dívida de R$ 125 milhões, o HSJD está sob intervenção judicial há um ano e meio, a pedido do Ministério Público. a Situação impactou também na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Dez leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) foram fechados.

A diretoria do hospital informou, por meio de nota, que o motivo do fechamento é a falta de pagamento, pelo governo federal. Desde janeiro de 2014, o Ministério da Saúde não repassa o valor referente à utilização dos leitos pelo SUS.

Com o fechamento, agora apenas dez leitos da UTI são destinados ao SUS. O HSJD é a principal referência em atendimentos de urgência e emergência para 57 municípios do Centro-Oeste mineiro. A crise preocupa a população.

"Hoje ninguém dá conta de pagar. Todo mundo sofre. Não pode ser assim. Tem que ser pelo SUS, com todo mundo correndo atrás para ajudar. Não pode fechar", opinou o lavrador Pedro Costa.

"É uma situação muito complicada. Difícil. A gente não esperava. O hospital estar passando por isso é uma vergonha para os divinopolitanos", acrescentou a dona de casa Ana Maria Ferreira.


Fonte:  G1 - 03/03/2015


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