Os professores da rede estadual do Paraná continuam em greve nesta segunda-feira (2). A categoria está parada desde o dia 7 de fevereiro e 970 mil alunos seguem sem aulas.
Após uma reunião entre o governo do Paraná e o Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) na última quarta-feira (25), o sindicato decidiu manter o movimento e marcou assembleia para avaliar a proposta do governo na próxima quarta-feira (4). Até lá, os estudantes da rede pública continuam sem aulas.
O Governo do Paraná alega que atendeu as demandas apresentadas pelo sindicato, diz que a rede estadual está pronta para a retomada das aulas e espera que os professores voltem para as salas.
Os grevistas conseguiram o pagamento da rescisão contratual dos professores temporários, a garantia do pagamento do terço de férias dos professores da educação básica e das instituições de ensino superior do Estado até 31 de março. O governo também informou que vai convocar mil professores e pedagogos aprovados em concurso, entre outras medidas.
Discussão sobre carreira docente
O principal impasse entre o governo e os grevistas é a questão das progressões e promoções, segundo o presidente do APP-Sindicato, Hermes Leão: “O governo deve progressão e promoção de funcionários e professores. Eles só falaram que vão implementá-las em maio e junho, mas não apresentaram como pagar o atrasado. Isso foi muito mal recebido, e muitas pessoas não têm confiança se o que o que governo diz será efetivado”.
O governo diz que vai abrir debate sobre pagamento de atrasados. “Não existem mais razões administrativas, operacionais e financeiras que impeçam o início do ano letivo. O governo fez todo o possível para resolver a situação do magistério. Agora temos que voltar para as salas de aula para que os alunos não sejam prejudicados ainda mais”, afirmou o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra.
Beto Richa enfrenta crise
O governo Beto Richa (PSDB) enfrenta uma crise política desde o início do ano quando foram anunciadas medidas de austeridade no orçamento, além de ter aumentado impostos e cortado o pagamento de férias e de rescisões contratuais de professores.
A divulgação de corte no repasse de orçamento das sete universidades estaduais levou os reitores a anunciarem que cortariam bolsas e poderiam fechar as portas de algumas das instituições por falta de dinheiro para a manutenção.
A Universidade Estadual do Paraná (Unespar), por exemplo, teve apenas 57,6% do orçamento de manutenção estimado para 2014 liberado pelo governo, que deixou de repassar R$ 1,9 milhão do total liberado. A instituição acumula dívidas de aluguel, luz, bolsas e pagamentos a terceiros no valor de R$ 2,5 milhões.