Os funcionários de uma fábrica de tratores do distrito de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, voltam ao trabalho na segunda-feira (2), segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. Após quatro dias de paralisação, foi feita uma reunião com a diretoria da empresa nesta sexta-feira (27) e ficou definido que haverá um aumento no valor do Programa de Participação nos Lucros e Resultados. A soma ficará mais próxima do que foi acordado em 2014, ainda de acordo com a entidade.
Em nota, a AGCO informou que foi acordada nova proposta de pagamento referente à PLR (Participação nos Lucros) e os funcionários retornam ao trabalho na próxima segunda-feira (2 de março). Segundo levantamento do sindicato, quase 70% dos funcionários haviam aderido à greve e a produção ficou suspensa. A paralisação começou na terça-feira (24), por causa do pagamento parcial da participação nos lucros e resultados, em relação ao acordo feito em 2014, de acordo com o sindicato. “Havia sido acordado que seriam pagos R$ 4 mil ou 95% do salário em duas parcelas caso atingissem a produção. A primeira parcela, de 40% do valor, foi paga em julho de 2014. A segunda seria acertada agora em fevereiro, mas os funcionários receberiam apenas R$ 760. Somando, a participação ficaria em R$ 2,3 mil e eles não concordaram”, explicou o diretor do sindicato Sílvio Bernardo.
Nesta sexta, após assembleia em que os trabalhadores decidiram pela retomada do trabalho, Bernardo explicou que a empresa concordou em acrescentar R$ 960 ao valor da participação. Assim, a participação nos lucros vai chegar a R$ 3.320, subindo para 83% do que havia sido acordado. Além disso, ainda segundo o sindicato, os funcionários vão repor as horas paradas por causa da greve e têm estabilidade no trabalho por 90 dias.
De acordo com Bernardo, uma cláusula no acordo previa que poderia ocorrer mudança no valor caso houvessem alterações nas vendas do setor por causa de ações do governo. A entidade afirmou que a produção anual ficou em 12,1 mil e o esperado eram 15,8 mil máquinas. “Eles trabalharam bastante em 2014. Acham injusto. Até acredito que [o governo] possa ter influenciado, teve Copa do Mundo, Eleições. Não houve investimento na agricultura. Mas a empresa deveria ter comunicado os trabalhadores e rediscutido os números”, diz o diretor.