Notícia - Margaridas marcham para todas as mulheres viverem sem violência

Os preparativos para a  5ª Marcha das Margaridas estão a todo o vapor em todo o território nacional. A Confederação dos Trabalhadores na Agricultura encaminha os preparativos, levando os debates em todas as localidades. Para Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, “o campo brasileiro é desprovido da maioria das políticas públicas. Em relação às mulheres, essas políticas já chegam deficientes nos grandes centros urbanos. No meio rural elas inexistem”.

A cetebista cita a questão do atendimento à saúde da mulher, muito deficiente no campo. “A trabalhadora rural só vai para o serviço de saúde na cidade quando já está muito doente”. A Confederação dos Trabalhadores na Agricultura encaminha os preparativos, levando os debates em todas as localidades. Assim, ela ressalta a importância da Marcha das Margaridas para as mulheres do campo.

A Marcha das Margaridas ocorreu pela primeira vez em 2000 e desde então vem crescendo e aparecendo no cenário nacional para levar a voz das trabalhadoras rurais a todos e exigir seus direitos. A marcha ganhou esse nome em homenagem à líder sindical rural Margarida Maria Alves, assassinada a mando de latifundiários em 12 de agosto de 1983. A 5ª Marcha das Margaridas ocorre no próximo dia 12 de agosto, portanto. “Com a nossa experiência, garra e criatividade, seguimos mobilizando companheiras em todos os municípios e estados do País para realizarmos a Marcha das Margaridas 2015”, diz Alessandra Lunas, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag.

De acordo com Ivânia, “as trabalhadoras rurais conquistaram unidades móveis para atendimento às mulheres na 4ª Marcha das Margaridas, em 2011”, reforça. “Essas unidades tiveram grande impacto na vida das mulheres no campo. Na região Norte, conquistaram inclusive unidades aquáticas para que o atendimento e a defesa dos direitos das mulheres ocorram com maior eficiência”, defende Ivânia. “As trabalhadoras rurais sofrem mais com a violência porque o Estado não chega com as políticas públicas necessárias às localidades onde essas mulheres se encontram”, acentua a secretária da CTB.

Somente com muita luta as trabalhadoras rurais conquistaram o direito à propriedade da terra, segundo Ivânia. Ela revela que “antes elas tinham que arranjar um homem para receber o título de propriedade, que não podia ser em nome da mulher”. Assim “ocorreu também em relação à moradia e ao direito à carteira assinada. Somente após a Marcha das Margaridas é que esses direitos foram sacramentados pelo poder público”, proclama. “As milhares de margaridas de todo o país marcham para que todas as mulheres possam viver sem medo e sem violência”.


Fonte:  Marcos Aurélio Ruy/Portal CTB - 30/01/2015


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