Notícia - Salários de funcionários de ônibus devem ser regularizados nesta quinta

O prazo para a regularização dos salários de motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana vence nesta quinta-feira (29). A categoria está em greve desde segunda-feira (26) e reclama de atrasos constantes com relação ao pagamento do adiantamento salarial, que normalmente é depositado até o dia 20 de cada mês.

Segundo os funcionários, se o pagamento não for feito, 100% da frota voltará a ser paralisada. Se for totalmente regularizado, a greve será encerrada. Um balanço sobre a situação dos pagamentos será divulgado pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores da Região Metropolitana (Sindimoc) às 17h.

Desde quarta (28), os trabalhadores cumprem a decisão judicial que determina a circulação de pelo menos 80% da frota em horários de pico.

A determinação do prazo para a regularização dos atrasados foi acordada durante uma audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na terça-feira (27) – quando a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) se comprometeu a quitar pelo menos R$ 5 milhões da dívida com as empresas. Na sequência disso, as empresas se comprometeram a pagar os salários atrasados dos trabalhadores.

O atraso nos pagamentos, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), ocorre devido a um impasse entre a Urbanização de Curitiba (Urbs) e a Comec.

Nos dois primeiros dias da greve, os ônibus ficaram parados nas garagens e mais de dois milhões de usuários foram prejudicados.

No início da manhã desta quinta, vários motoristas e cobradores afirmaram que o dinheiro ainda não estava disponível na conta.Mesmo assim, por volta das 6h30, era possível perceber que a frota mínima ainda estava circulando em vários pontos da cidade. Atualmente, os salários de cobradores e motoristas de ônibus são, respectivamente: R$ 1028,11 e R$ 1814,94.

Possibilidade de locaute

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), afirmou na quarta-feira que a greve dos motoristas e cobradores de ônibus pode ter sido motivada por locaute, que é quando patrões forçam a paralisação, impedindo os funcionários de trabalhar.

“(...) que o sistema que movimenta R$ 1 bilhão em um ano paralise porque não houve o pagamento de R$ 5 milhões. Tem algo muito maior em jogo, ou algum tipo de pressão, ou alguma tentativa de locaute para estabelecer uma pressão e paralisar serviço público”, disse.

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) negou que tenha havido locaute por parte das filiadas.

Pelo contrário, o Setransp orientou todas as concessionárias para cumprir rigorosamente o que determinou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), colocando 100% da frota à disposição, conforme ofício endereçado à Urbanização de Curitiba (Urbs). Além disso, o sindicato tem farta documentação que comprova o empenho e o compromisso das empresas de prestar o serviço à população durante a greve”, diz um trecho da nota.


Nova tarifa técnica


O prefeito também disse que a prefeitura e o governo estadual não têm como bancar a diferença entre a tarifa paga pelo usuário e o preço por passageiro cobrado pelas empresas de ônibus , a chamada tarifa técnica. Conforme o prefeito, os empresários já anunciaram o aumento dessa tarifa paga a eles – de R$ 3,18 para R$ 3,60 ou até R$ 3,80.

“Se nada for feito e for mantida a situação atual, pra ser objetivo, a prefeitura teria que arrumar neste ano mais R$ 80 milhões, isso é equivalente a 49 novas creches. Essa é a decisão que tem que ser tomada agora”, enfatizou.

Sem garantia de que o governo do estado vai pagar o subsídio do transporte, a tarifa de ônibus para os passageiros vai subir, e o anúncio já pode ser feito na sexta-feira (30). Questionado se a tarifa pode passar de R$ 3, o prefeito respondeu que “é bem provável”. Atuamente, o valor pago pelo usuário é de R$ 2,85.

Além disso, a tarifa única pode acabar. Dependendo das negociações com o governo do estado, os ônibus da capital podem ter um preço de passagem, e os que levam às cidades da Região Metropolitana  outro. “Talvez nesse momento o estado, pela constituição, assume (sic) o valor das tarifas e o subsídio nas linhas intermunicipais, e Curitiba assume as linhas municipais".

Em relação à tarifa técnica, o Setransp informou que solicitou ao Ministério Público Estadual (MPE), em outubro de 2014, o acompanhamento do cálculo do novo valor, para que o processo tenha total transparência.


Fonte:  G1 - 29/01/2015


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