Notícia - Motoristas e cobradores da Grande Curitiba entram em greve

Por irresponsabilidade das empresas, da prefeitura e governo do estado, Curitiba e cidades da região metropolitana amanheceram sem ônibus nesta segunda- feira (26). Isso porque os trabalhadores do transporte coletivo entraram em greve devido a falta de pagamento dos vales, que deveria ter acontecido no último dia 20 de janeiro. Motoristas e cobradores tentaram de todas as formas evitar este desfecho fazendo protestos pacíficos dando votos de confiança, mas a falta de bom senso dos empresários do setor e de firmeza dos poderes públicos empurrou todos para a greve.

Sem assistência médica

Além de ficar sem receber salários, cerca de 12 mil trabalhadores e suas famílias também passaram a ficar sem assistência médica a partir dessa semana. Em janeiro e dezembro, as empresas do transporte coletivo repassaram para o Fundo de Assintências Médica do Trabalhador menos de 20% do valor acordado na Convenção Coletiva. Somando-se a outras dívidas anteriores, tão recorrentes quanto os atrasos salariais, o montante em atraso chega próximo aos R$ 2 milhões. Segundo a 14ª cláusula da Convenção, as empresas devem repassar ao Fundo de Assistência Médica R$ 48,30 por empregado. Os repasses são feitos mensalmente, mas atrasos recorrentes têm ocorrido desde 2012, com agravamento no ano passado e completo caos nos últimos dois meses. Na semana passada, já haviam sido cortadas as consultas com especialistas.

O sistema de saúde dos motoristas e cobradores realiza 7,2 mil atendimentos e 1,6 mil exames por mês, de trabalhadores e dependentes, em média, considerando o período de 2011 a 2014. Ao todo, neste período, foram 346,6 mil atendimentos e 76,8 mil exames, operados por dezenas de laboratórios ligados ao sistema, que é administrado pelo sindicato da categoria. Todos os trabalhadores pertencentes à categoria e seus familiares tem direito à sua utilização gratuita. Como as empresas do transporte coletivo não dispõem plano de saúde para seus empregados, 100% dos trabalhadores utilizam o Sistema, como alternativa ao Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, estão todos, trabalhadores e familiares, dependendo do SUS.

Indignação e protesto

A indignação tomou conta de motoristas e cobradores durante a virada deste ano, quando a exemplo dos anos anteriores, tiveram o 13º e o salário de janeiro atrasados. Atrasos salariais se tornaram recorrentes na categoria desde dezembro de 2012, quando o décimo terceiro salário foi parcelado em quatro vezes, à revelia da legislação brasileira. A gota d’água veio nessa semana, quando houve novo atraso no pagamento do “vale”. Durante todo o final de semana, milhares de ônibus de Curitiba e Região circulam com adesivos onde se lê “Veículo dirigido por trabalhador sem pagamento”. Trabalhadores também utilizam narizes de palhaço e adesivos no uniforme com a frase “Eu mereço receber meu salário em dia!”

“É uma vergonha o que está acontecendo. Enquanto as empresas, a prefeitura e o governo ficam num jogo de empurra, fugindo da responsabilidade, mais de 12 mil trabalhadores, mães e pais de família, ficam sem salário. Isso é uma vergonha. Tentamos de todas as maneiras propor soluções mas nada. Agora basta, ninguém trabalha de graça”, diz o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana – Sindimoc, Anderson Teixeira.

Para saber mais sobre a paralisação dos motoristas e cobradores de Curitiba, acesse o site do Sindimoc: www.sindimoc.org.br.


Fonte:  Força Sindical-PR - 26/01/2015


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