Notícia - Servidores municipais fazem protesto em Manhuaçu

Servidores públicos de Manhuaçu fizeram manifestação nesta quarta-feira, 19/11. Vestidos de preto, levaram cartazes e faixas e gritaram palavras de ordem contra o decreto baixado pelo prefeito Nailton Heringer que aumenta a carga horária de trabalho. Serviços municipais também foram paralisados nesta por 24 horas pela categoria.

A mobilização começou com concentração na Praça Doutor César Leite e foi em caminhada até a frente da Prefeitura de Manhuaçu. Além da carga horária, que no entender da categoria, vai ser ampliada, o movimento levantou outras demandas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram) Jaime Rodrigues Ferreira, Jaiminho, contou que a situação dos servidores fica cada dia mais complicada e mais degradada. “Tivemos concurso com carga horária para seis horas e outro para oito horas. Agora, o prefeito publicou um decreto ampliando para oito horas, sem modificar salário e começou a dizer que não irá mudar a carga horária. Os servidores estão temerosos, pois não têm uma garantia real disso”, afirma.

Além da carga horária, há outras demandas. “Queremos a progressão na carreira. São mais de vinte anos sem essa atualização. Não acredito que irá dar alguma vantagem salarial grande, mas é um direito do servidor. Ao mesmo tempo, não temos a data-base do reajuste do salário e a remuneração só vai se achatando”, frisou.

A paralisação de 24 horas foi o primeiro passo dado pela categoria depois de uma série de reuniões e tentativas de entendimento com a Prefeitura. Jaime Ferreira argumenta que estarão promovendo outras ações nos próximos dias.

Como determina a lei, o serviço de atendimento de urgência e emergência foi mantido funcionando, mas com a capacidade reduzida para 30% das atividades essenciais. Postos de saúde não abriram e outros setores também paralisaram nesta quarta.

“Tivemos o bom senso de não fazer uma greve. Essa protesto é um alerta. Futuramente, se não houver uma resposta do prefeito, iremos partir para a paralisação por tempo indeterminado”, avisou Jaiminho.

A mobilização também teve apoio da Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais. O presidente Cosme Nogueira veio a Manhuaçu acompanhado de lideranças de outros sindicatos municipais. “Estamos aqui para apoiar os servidores. Vimos servidores em precárias condições de trabalho, a prática de assédio moral e sofrendo com a defasagem salarial. Sem o servidor público, o que seria de Manhuaçu? Não podemos fingir que eles não são os nossos educadores, profissionais da saúde, trabalhadores que fazem obras e mantêm a cidade limpa”, pontuou.

Cosme admite que a insatisfação pode se transformar numa greve. “Peço apoio da população de Manhuaçu para que fiquem do lado dos servidores públicos. O verdadeiro patrão dos servidores é a população e não o prefeito. A população precisa compreender que não estamos querendo prejudica-la. A paralisação foi a única forma que encontramos de manifestar as dificuldades. Houve várias reuniões e tentativas de entendimento, mas a prefeitura não acenou com um diálogo verdadeiro com o sindicato”.

A FESERP-MG esteve presente, com o presidente Cosme Nogueira e o responsável pela Diretoria das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais Anderson Alvim, assim como representantes dos sindicatos de Teófilo Otoni (o presidente José Antônio Esteves Guedes e os diretores Adriana Lima e Mafran Colares) e Nanuque (o presidente Josival “Jokinha” Oliveira dos Santos).

“Assistimos aqui uma grande manifestação, uma prova de que o funcionalismo público em Manhuaçu está muito vivo e atuante”, afirmou o presidente da FESERP-MG Cosme Nogueira.Ao final da manifestação, foi protocolado na Prefeitura as reivindicações dos servidores (a revogação do Decreto, a volta do Estatuto do Servidor, a instituição de uma data-base e uma progressão na carreira decente.

Os trabalhadores vão esperar a resposta da Administração Municipal até terça-feira. Quarta-feira tem Assembleia, às 18h, na Câmara.


Fonte:  Carlos Henrique Cruz/Portal Caparaó - 19/11/2014


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