O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano informou, ontem, que chegou a um acordo com a GM (General Motors) para que a montadora não demita mais funcionários durante 11 meses. O presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, revelou, porém, que a empresa vai dispensar, entre ontem e hoje, cerca de 20 funcionários. Mas garantiu, a partir de então, o fim dos cortes e a instituição de um lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho) para 850 operários. Procurada, a montadora não se manifestou até o fechamento desta edição.
De agosto até ontem, pelas contas de Cidão, aproximadamente 200 funcionários foram dispensados da fábrica. A empresa, inicialmente, indicou que há excedente de 1.070 empregados, dos cerca de 11,5 mil. O acordo para o lay-off ocorreu ontem, em reunião entre o sindicato e a montadora, que teve início às 9h e seguiu até o meio-dia, pontuou Cidão.
A suspensão dos contratos terá início no dia 10 de novembro. Os trabalhadores ficarão por cinco meses em casa e, nesse período, terão que realizar cursos de qualificação que a GM disponibilizará. Eles voltarão ao chão de fábrica em 9 de abril.
Esses trabalhadores vão receber, durante o afastamento, R$ 1.304 do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A montadora será responsável pela complementação do valor até o salário integral dos operários.
Cidão destacou ainda que, durante o período do lay-off, nenhum funcionário da unidade da GM em São Caetano poderá ser demitido. O mesmo acontecerá nos seis meses seguintes à suspensão. “Ao todo, conseguimos 11 meses de estabilidade”, disse o sindicalista.
Caso a montadora dispense algum trabalhador nos seis meses seguintes ao término do lay-off terá de pagar, adicionalmente aos direitos rescisórios, valor equivalente a seis salários.
Esta é a segunda suspensão temporária de contrato em 15 anos na GM. Em 1999, o sindicato conseguiu contornar demissões com acordo em que 600 metalúrgicos ficaram em lay-off e voltaram ao trabalho antes mesmo do período estipulado, de cinco meses.