Notícia - Sem acordo, Guarda Municipal de Macapá deflagra greve por tempo indeterminado

A revolta de Guardas e Inspetores Civis Municipais de Macapá levou-os novamente em frente à Prefeitura Municipal de Macapá, na manhã de quinta-feira (16), como forma de protesto e para tentar serem ouvidos pelo Prefeito. Sem sucesso, a classe não teve escolha senão deflagrar greve por tempo indeterminado.

Na quarta-feira (15), os guardas municipais realizaram um ato de manifestação na sede da Prefeitura e chegaram a entrar no local, mas conseguiram a promessa de serem recebidos na manhã seguinte, às 9 horas. A classe se mobilizou e retornou na quinta-feira (16) e a reunião foi remarcada para o final da manhã.

Segundo informações do Subinspetor João Avelar, a guarda municipal vive há 2 anos de forma sucateada, sem viaturas, pois eles possuem apenas 3 sendo que uma está quebrada e a pouco tempo o dono delas tinha recolhido as chaves por falta de pagamento do aluguel, falta material de segurança pessoal, a energia do prédio é constantemente cortada, também por falta de pagamento, entre outros.

“Falta o mínimo para que possamos desenvolver nossas atividades. Queremos além de estrutura, queremos que deem continuidade nos trabalhos para cheguemos à promoção, mas está tudo parado e não somos recebidos para podermos resolver as reinvindicações que são um direito nosso. Por isso tivemos que entrar em greve, infelizmente!”, lamenta o Subinspetor.

Outros pontos estão sendo reivindicados como a realização de um concurso público para aumentar o contingente de policiais, visto que atualmente estão sendo sobrecarregados em suas funções. Em média são 530 servidores para atuar em mais de 80 postos, nas as secretarias, no trânsito e demais obrigações. O ideal seriam 1443 guardas.

Prefeitura abre diálogo com os guardas em mesa de negociação

A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) recebeu na tarde de ontem (16), o Sindicato dos Guardas e Inspetores Municipais (Sigimma) para alinhar propostas sobre as reivindicações da categoria, que cobra a promoção de membros da corporação. Em um novo encontro, marcado para 28 de outubro, a prefeitura irá apresentar uma proposta com base nas cobranças do sindicato.

O prefeito Clécio Luís ressaltou o diálogo da gestão municipal com a categoria ao longo do mandato e o respeito da prefeitura diante das reivindicações da Guarda Municipal. “Estamos sempre com a mesa de negociação aberta para ouvir e propor frente às cobranças feitas pela corporação”. O sindicato exige que o Município efetue a promoção de parte da corporação com base no atual estatuto da categoria. O assessor jurídico da Corregedoria Geral do Município (Corgem), José Arimatéia Aires, destacou a defasagem e a falta de critérios estabelecidos na promoção da guarda no estatuto, além da inexistência dos demonstrativos do impacto financeiro aos cofres municipais. “Estaremos apresentando um novo Projeto de Lei ao sindicato e, com certeza, iremos chegar a um consenso com a Guarda. Não iremos deixar de promover ninguém, mas com a legislação que temos atualmente é impossível porque ela privilegia poucos, e não a categoria como um todo”.

Segundo o comandante da Guarda Municipal, Rui Secco, a importância da prefeitura realizar um estudo para apresentar à categoria servirá para mostrar o que poderá ser realizado pelo Município, diferente do que aconteceu em 2012, quando a gestão passada promoveu todo o efetivo da corporação sem colocar dotação financeira. “A Prefeitura de Macapá quer fazer uma promoção concreta e não fantasiosa. Não adianta promover sem condições de pagamento e critérios para subida de posto, prejudicando quem merece ser promovido”.


Fonte:  Andréa Maciel/Jornal do Dia - 20/10/2014


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