Quase cinco meses após o vencimento da data-base, os trabalhadores do comércio continuam sem uma nova convenção coletiva. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Londrina (Sindecolon) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sincoval) não chegam a um acordo e o entrave continua o mesmo: a abertura das lojas nas tardes de sábado.
O vice-presidente do Sindecolon, Manoel Teodoro da Silva, informou que a categoria partiu para a negociação salarial com o pedido de 15% de reajuste, mas hoje já aceita 10%. Porém, o índice só será oferecido pelos empregadores se a abertura em todas as tardes de sábado do mês for liberada. Teodoro ainda criticou a maneira como o Sincoval trata das negociações.
“O principal entrave são os advogados do Varejista. Advogado não é preparado para negociar, é preparado para tirar dúvida. Nós tivemos uma reunião há quase 30 dias e depois eles sumiram. A problemática de ficar sem negociação é que uma coisa que você receberia em maio, vai receber só em novembro, dezembro. O empregador aproveita o barulho para não pagar o retroativo e a gente depois tem que buscar isso”, comentou.
A Sincoval havia apresentado uma proposta para mudar a compensação do trabalho durante o feriado do aniversário de Londrina, no dia 10 de dezembro. Ela seria realizada em dois turnos, com o primeiro no dia 26 de dezembro e o segundo no dia 2 de janeiro. Porém, o sindicato dos trabalhadores recusa veemente a hipótese.
Comércio aos sábados
Atualmente, o comércio de Londrina funciona das 8h às 18h nos dois primeiros sábados do mês. Para estender esse expediente a todos, o Sindecolon pede hora extra, vale-alimentação e que cada trabalhador só atue em dois finais de semana do mês. Porém, o advogado do Sincoval, Ed Nogueira de Azevedo Junior, afirmou que as reivindicações trazem prejuízos aos empregadores.
“O sindicato pediu uma remuneração equivalente a 15 vezes o valor do salário. Eles querem alimentação, querem que pague como hora extra, exigem compensação, proíbem banco de horas. Se você somar o voleme de coisas que eles pedem, equivale a 15 vezes o valor de cada hora trabalhada normalmente”, argumentou.
A convenção vencida permite que os patrões negociem diretamente com seus funcionários para abertura durante todos os sábados. Segundo Junior, o valor pago por eles é menor que as exigências do Sindecolon. Questionado então do porquê não se manter a cláusula, ele declarou que são 4 mil empresas, o que dificulta a negociação individual.
As vendas de Natal já se aproximam, o que tradicionalmente acelera o consenso entre os sindicatos. Para o Dia da Consciência Negra, o Sincoval divulgou ainda valer a decisão judicial que permite a abertura do comércio e atualmente avalia como será o funcionamento nas eleições.