A indignação explodiu no TRE de São Paulo. Os servidores do maior tribunal eleitoral do país decidiram parar por tempo indeterminado a cinco dias das eleições presidenciais e fazer assembleias diárias para avaliar o movimento que tenta pôr fim a oito anos de perdas salariais acumuladas.
A greve em todos os tribunais federais paulistas será retomada a partir da terça-feira (30) e pode ajudar a “puxar” novos protestos nacionais dos servidores do Judiciário Federal antes das eleições.
A decisão foi tomada numa assembleia conjunta de servidores das Justiças Eleitoral, Trabalhista e Federal durante um protesto na capital paulista, na última quarta-feira (24), em frente ao TRE. Houve paralisações e protestos também em outros estados, como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e Maranhão.
Os servidores, que realizaram outras duas greves neste ano, lutam pela aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional para recuperar uma defasagem salarial superior a 56%, acumulada desde 2006, quando foi aprovado o último Plano de Cargos e Salários.
Auxílio-moradia para juízes
“É um sentimento de indignação que vai se consolidando na categoria”, avalia Adilson Rodrigues, da Justiça Federal de São Paulo e da coordenação da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário Federal (Fenajufe).
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, havia sinalizado a abertura de negociações após as eleições, mas o governo cortou o orçamento do Judiciário. Com isso, reduziu o aumento do subsídio para os ministros do Supremo e afastou a possibilidade de corrigir o salários dos servidores.
A insatisfação da categoria cresceu diante da liminar que estendeu o auxílio-moradia aos juízes federais. Os magistrados ainda articulam a aprovação da emenda constitucional para recuperar o adicional por tempo de serviço e buscam uma gratificação por acúmulo de funções.