Cerca de 400 pessoas, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Vestuário de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, percorreram o Centro da cidade na noite desta quinta-feira (25) pedindo 8% de aumento real, além dos 6,35% da inflação no período, e outras 38 reivindicações. A passeata mobilizou os profissionais logo após a quarta assembleia realizada pelos trabalhadores, em que a categoria negou a proposta oferecida pelo patronal de apenas 1,2% de aumento real. O protesto causou retenção no trânsito na Rua do Imperador.
Além do aumento, o setor pede o pagamento de 100% da hora extra, a gratuidade do vale-transporte (sem o desconto de 6% no salário), uma cesta básica, entre outras questões. A negociação, segundo o sindicato, começou em julho, no dissídio da classe, mas sindicato e patronal não chegam a um acordo. O presidente do sindicato, Jorge Mussel, esclareceu que o que mobilizou os trabalhadores a irem para as ruas foi a negação de todas as reinvindicações da categoria pelo patronal.
“Nós estamos nos sensibilizando ao máximo para negociar com o patronal e queremos chegar a um fator comum. Mas o que nos foi oferecido está muito baixo do que estamos pedindo. A nossa proposta começou com 10% e já abaixamos para 8%, enquanto o patronal mantém 7,5%, incluindo o da infração. E estamos batendo o pé nesse valor do aumento, pois se aceitarmos só o que eles estão oferecendo, 1,2%, os salários ficam muito defasados, o que não podemos permitir”, explicou Jorge.
Segundo ele, os trabalhadores estão dispostos a reduzir as reivindicações, para que o impasse seja solucionado, mas garante que não aceitarão o valor proposto pelo patronal.
“Podemos diminuir um pouco, mas só esse aumento não vamos aceitar. Nós temos que valorizar o nosso profissional, as costureiras, por exemplo, fazem um trabalho quase que artesanal. Se nós não valorizarmos o nosso mercado, quem vai valorizar?”, observou Jorge.
O sindicato informou que uma nova assembleia está marcada para o próximo dia 2 de outubro, na esperança dos patrões se sensibilizar com a questão, mas os trabalhadores já alertam que caso não haja uma negociação, os profissionais podem paralisar a partir do dia 9 de outubro.
A equipe do G1 entrou em contato com o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus para Senhoras de Petrópolis (Sindcom), mas o patronal só se manifesta através do presidente, Adson de Freitas, que está em viagem e com o celular desligado.