Pelo menos 1.000 funcionários da metalúrgica Dedini S/A entraram em greve nesta segunda-feira (22) em Piracicaba (SP). Eles reivindicam o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), de acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. A paralisação é por tempo indeterminado, até que a empresa faça uma proposta que os trabalhadores aceitem.

Segundo um dos diretores do sindicato, João Carlos Ribeiro, o Jipe, o combinado era que a empresa iria pagar uma parcela de R$ 2 mil no último sábado (20) e outra de R$ 1,5 mil em março do ano que vem, mas o valor não foi depositado. "Eles propuseram fazer o primeiro pagamento somente no dia 17 de outubro, e os trabalhadores não aprovaram a data", explicou o sindicalista.

De acordo com Jipe, todos os setores da empresa aderiram à greve: calderaria, mecânica, fundição e administração. "Conseguimos reunir todos na assembleia para a votação secreta nesta segunda e vamos aguardar nova proposta da empresa até à noite para que os trabalhadores votem amanhã novamente", disse o diretor sindical.

Greves e leilões

Desde o final do ano passado, a Dedini, empresa líder na fabricação de usinas, enfrenta problemas em relação a pagamentos de funcionários. Em janeiro de 2014, cerca de 2 mil trabalhadores cruzaram os braços por 24h diante do atraso no pagamento de salários, fato que já havia acontecido meses antes.

Neste cenário de "desequilíbrio do fluxo de caixa", alegado pela própria empresa, a Dedini colocou em leilão dois barracões, com valor estimado em R$ 24,65 milhões e R$ 178,5 milhões. Em duas tentativas, não houve lances para os prédios. O dinheiro das vendas seriviria para quitar dívidas da empresa com a Fazenda Nacional, segundo a instituição.

Posição da empresa

Procurada na manhã desta segunda pela reportagem do G1, a Dedini S/A ainda não enviou um posicionamento sobre a paralisação.